“A Caixa não considera que ela perdeu. Ela não comprou a instituição como um especulador, para vender na alta. Ela comprou como um planejamento estratégico e avalia que isso vai trazer o retorno esperado”, afirmou Maria Fernanda, em audiência conjunta no Senado convocada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Segundo a presidente da Caixa, estudos técnicos feitos em 2009 mostravam que o Panamericano era a instituição com melhores sinergias, pois também era focado em clientes de baixa renda e atuava em segmentos em que o banco estatal não tinha a mesma experiência e participação, como financiamentos de veículos, bens e leasing.
Defendendo a operação de compra de 49% das ações do Banco Panamericano, a presidente da Caixa disse que as empresas que assessoraram o banco federal, como o Banco Fator, foram contratadas pela experiência comprovada e pelas propostas financeiras mais competitivas. Maria Fernanda lembrou que o Banco Fator tem larga experiência na assessoria para compra de bancos e atuou, por exemplo, em grandes instituições e operações de volumes expressivos, tais como Banespa e Santander.
Ela enfatizou ainda a atuação do banco do Grupo Silvio Santos no Estado de São Paulo. “É um Estado importantíssimo para as instituições financeiras, para a expansão do crédito.” Maria Fernanda salientou ainda que o crédito do banco privado respondia por 50% de sua atuação. “Além, claro, da atuação do setor de crédito consignado junto ao setor privado”, citou.
A presidente da Caixa abriu sua exposição na audiência defendendo a necessidade do banco público de fazer aquisições e fusões para ter condições de crescimento no mercado. Segundo ela, a criação da CaixaPAR, que adquiriu parte do Banco Panamericano, tem justamente a função de fazer essas operações no longo prazo.
Ela ponderou que a Caixa era a única instituição do sistema financeiro brasileiro que não podia fazer aquisições e fusões e que a autorização do Congresso permitiu que isso acontecesse. Maria Fernanda destacou que identificar oportunidades do mercado é importante para que o banco tenha capacidade de expansão e que o banco precisa estar “em todas as frentes, em todos os produtos” para não perder posições no mercado.
A presidente da Caixa citou alguns casos em que o banco perdeu a liderança no mercado, no passado, como na área do crédito consignado e apresentou uma tabela em que os dados mostram que o banco perdeu posição no ranking das maiores instituições financeiras. Por isso, destacou a necessidade do fim das restrições para que o banco cresça.
Fonte: Jornal do Commercio