Domingo, 19 Janeiro 2025

A paralisação do terminal de carvão mineral no Complexo Portuário de Tubarão, em Vitória (ES), coloca em risco o abastecimento do insumo para as principais siderúrgicas instaladas em Minas Gerais. As companhias estudam alternativas para o desembarque do produto e suprir a demanda da produção de aço.

O Terminal de Praia Mole, controlado pela Vale S/A, é a principal janela de importação do insumo para as siderúrgicas instaladas em Minas. Na semana passada, um temporal que atingiu a capital capixaba tombou dois guindastes utilizados no descarregamento dos navios, o que impossibilitou a continuidade das operações.

De acordo com a Vale, por meio de sua assessoria de imprensa, a avaliação dos impactos está em andamento, além de estudos para a retirada dos equipamentos o “mais rápido possível”. Apesar disso, a companhia não divulgou previsão para que os desembarques sejam retomados no terminal.

Entre as siderúrgicas que usam o terminal para o abastecimento de seus altos-fornos está a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A (Usiminas). O carvão importado é utilizado na usinas Intendente Câmara, em Ipatinga (Vale do Aço) e em Cubatão (SP).

Alternativas
De acordo com nota divulgada pelo grupo siderúrgico, em virtude do incidente ocorrido no terminal de Praia Mole, a companhia deverá utilizar os estoques existentes nas duas usinas para manter o ritmo de produção. Paralelamente, a Usiminas estuda alternativas logísticas para o abastecimento de carvão mineral.

A Gerdau Açominas, controlada pelo grupo gaúcho Gerdau, com planta em Ouro Branco (Campos das Vertentes) também é abastecida por meio do terminal da Vale no Espírito Santo.

A Gerdau informou, por meio de nota, que está avaliando as conseqüências do incidente ocorrido no Terminal de Praia Mole, bem como as alternativas disponíveis para o desembarque de carvão em outros locais, juntamente com técnicos da Vale e das demais empresas afetadas.

Além disso, a empresa informou que a operação em Ouro Branco segue normalmente, em função dos estoques existentes na unidade.

Já a ArcelorMittal Brasil S/A informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que as operações não foram afetadas em virtude do incidente ocorrido na semana passada no Terminal de Praia Mole. Em Minas Gerais, a companhia possui aciarias em João Monlevade (Vale do Aço) e Juiz de Fora (Zona da Mata).

O Terminal de Praia Mole tem capacidade para 14 milhões de toneladas anuais de carvão, insumos para fabricação de fertilizantes, enxofre, manganês e minério de ferro, entre outros, conforme informações da Vale. O empreendimento, que possui cerca de 700 metros, é o principal porto para o transporte de carvão e só em 2009 operacionalizou 8,9 milhões de toneladas.

Estima-se que a perda dos equipamentos em virtude do temporal em Vitória poderá causar prejuízos de aproximadamente R$ 14 milhões.

Com a alta da produção de aço verificada neste ano, as siderúrgicas vem elevando as importações de carvão mineral para abastecer os altos-fornos instalados no Estado. Os desembarques do insumo em Minas Gerais aumentaram 80,5% entre janeiro e outubro na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

No acumulado dos primeiros dez meses do ano foram importadas 4,202 milhões de toneladas, contra 2,327 milhões de toneladas entre janeiro e outubro de 2009. Já a movimentação financeira aumentou 101,8% na mesma base de comparação, passando de US$ 334,4 milhões no ano passado para US$ 675,1 milhões.

Fonte: Diário do Comércio

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