“O programa não aconteceu por conta da legislação do País. Não é culpa do governo (do Estado), nem de A, B e C. Se a iniciativa fosse mantida poderia ser configurada como um benefício aos alunos e deixar brecha para a conotação de interesse político”, afirma o secretário de Juventude e Emprego, Pedro Mendes. Segundo ele, o governo sequer poderia atuar como articulador de uma iniciativa, que seria tocada pela iniciativa privada. A ideia inicial era investir R$ 10 milhões no programa, dos quais R$ 4 milhões seriam bancados pelo governo estadual e o restante pelas empresas, interessadas na qualificação dessa mão de obra.
O resultado da seleção deixou clara a importância do Reforço de Escolaridade para garantir o passaporte para o Prominp. No 4º ciclo do programa, 19,2% da vagas deixaram de ser preenchidas. Apesar de o percentual ser bastante alto, o desempenho foi melhor se comparado ao do 5º ciclo. “O Reforço poderia estar alinhado com o Prominp. Se tivesse ocorrido antes da realização das provas ajudaria bastante, porque os alunos ficariam com o conteúdo fresco na cabeça”, observa o coordenador regional do Prominp, Antônio Sotero. Ele lembra que o Ministério do Desenvolvimento Social chegou a fazer um reforço para 8.400 alunos no âmbito do Bolsa Família. “Mas a iniciativa aconteceu em janeiro, muito descolada da data do exame”, diz.
Como não pode reativar o programa até 31 de dezembro deste ano, o governo do Estado precisa correr bastante para articular a execução de uma nova edição do Reforço de Escolaridade para 2011 se quiser evitar que se agrave o histórico de sobra de vagas do Prominp. Para as empresas o cenário é desolador. Assistir ao não preenchimento de oportunidades quando a demanda por mão de obra está fortemente aquecida. Ontem, o governador Eduardo Campos participou de audiência com o Ministro da Educação, Fernando Haddad, e pediu a liberação de R$ 100 milhões para melhoria das escolas da rede estadual.
Fonte: Jornal do Commercio