Domingo, 19 Janeiro 2025

A usina de etanol e cogeradora de energia elétrica ETH Bionergia, em Alto Taquari (a 480 km da Capital) está em operação. Com investimentos de R$ 1 bilhão, a sétima unidade do grupo que tem como principal acionista a Odebrecht, vai produzir até 360 milhões de litros de etanol e 380 gigawatts/hora de energia a partir do bagaço da cana-de-açúcar. A usina Alto Taquari é uma das 4 que pertencem ao pólo Araguaia da ETH, com unidades também em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás. Com a instalação, 1,1 mil empregos diretos foram gerados e mais 2 mil indiretamente, além do fomento na economia local como a elevação da renda da população.

A inauguração da usina, realizada nesta quinta-feira (18) representa a verticalização da produção agrícola do Estado com agregação de valor à matéria-prima produzida, neste caso, a cana-de-açúcar. O foco da ETH é o mercado interno, de outros Estados e até mesmo a exportação, visto que a produção da chamada energia verde é uma tendência mundial. O presidente da ETH Bioenergia, José Carlos Grubisich afirma que a energia produzida de forma sustentável é um caminho sem volta. "O Brasil tem hoje 50% de sua geração energética a partir de fontes renováveis e mundo caminha neste sentido. Países como Japão e Estados Unidos apontam para a adoção dessas matrizes".

A escolha da região, feita inicialmente pela Brenco, empresa adquirida pela ETH, foi em conseqüência do potencial produtor da região, mão-de-obra disponível, facilidades oferecidas como incentivos fiscais e licenças e possibilidade de exportar via Ferrovia Senador Vicente Vuolo. A unidade vai moer 3,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano provenientes dos 30 mil hectares plantados na região. O governador Silval Barbosa (PMDB) ressaltou a importância da fábrica para a geração de riquezas. "Mato Grosso é hoje líder na produção de soja, fibra, carne, mas infelizmente isso ainda é exportado, em sua maioria, in natura. Não podemos deixar de gerar riquezas com a transformação dessa matéria-prima".

Para o prefeito da cidade, Maurício Joel de Sá (DEM), diz o diferencial está na inovação tecnológica presente na unidade que confere uma produção totalmente mecanizada e com a utilização de mão-de-obra qualificada. O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), Jorge dos Santos, diz que a instalação de mais usina representa mais força para o setor. "Mato Grosso tem tudo para ser o maior produtor de etanol do mundo e a vinda de mais empresas é um alento para o setor, com mais empregos e renda".

ETH Bionergia
A empresa pretende até o final de 2012 investir R$ 7,3 bilhões na instalação de 9 usinas no país para a produção de 3 bilhões de litros de etanol e 2,7 mil GWh, se consolidando como líder no país na produção do biocombustível. Assim como ocorreu nos investimentos da unidade Alto Taquari, 40% dos investimentos são de capital próprio dos acionistas e 60% de empréstimos de bancos privados e públicos, como o Banco Nacional para o Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Logística
O presidente da ETH Bioenergia, José Carlos Grubisich, anunciou durante a inauguração da fábrica, a construção do alcoolduto por meio da união de 6 empresas, entre elas a Petrobras, a Odebrecht e Cosan. A assinatura do termo de parceria acontece no próximo dia 23, quando deverão ser divulgados os investimentos e prazos. O projeto do alcoolduto vai interligar São Paulo ao Centro-Oeste por meio de um sistema de transporte alternativo para combustíveis. Além disso, a via ainda irá interligar a hidrovia da Bacia do rio Paraná e com a ferrovia. Com saída de Ribeirão Preto (SP), a primeira etapa vai chegar até o município de Jataí (GO).

Grubisich não descarta a possibilidade de que um novo projeto seja formulado para ampliar o alcoolduto até Mato Grosso. "Poderemos reforçar a produção no Estado e concentrar nesta região para que a construção se torne viável até Alto Taquari", afirma ao comentar que por enquanto o escoamento será feito via Ferronorte.

O governador Silval Barbosa confirmou que a construção seria essencial para tornar o combustível mato-grossense competitivo em outros mercados e até para a exportação. "Exportar a produção da região central e Norte do país é um grande desafio. A logística é carente de investimento e o escoamento rodoviário, além de inviável economicamente, gera insegurança nas estradas".

Protocolo de intenções assinado entre a Secretaria de Fazenda (Sefaz) e a Cosan Combustíveis e Lubrificantes vai fomentar ainda mais a região. O documento prevê a construção de uma base distribuidora da empresa em Alto Taquari, com capacidade instalada de 11 milhões de litros. Pelo acordo, o Estado assegura à empresa concessão da inscrição estadual definitiva para a unidade, ficando a manutenção condicionada ao cumprimento das etapas do cronograma de obras.

Já a empresa compromete-se a adotar as especificações técnicas, o cronograma de execução do projeto e a manter sua a regularidade fiscal junto ao Estado. Outra obrigação é não comercializar álcool proveniente de outros estados.

Cidade em ascensão - Com o início dos trabalhos da ETH, Alto Taquari passa a ter cerca de 20% da população empregada direta ou indiretamente na produção de etanol. Com 10 mil habitantes, o segmento de serviços e comércio do município também foi desenvolvido. O secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, revelou que o município foi o mais contemplado com recursos do Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Fundeic). "Alto Taquari foi uma das cidades que mais requisitaram recursos para investimentos. A chegada da fábrica exigiu que setores como o da alimentação e hoteleiro se aperfeiçoassem".

O presidente da ETH José Carlos Grubisich ressaltou que o desenvolvimento da cidade é perceptível e que a empresa prima pelo investimento na economia local. "Priorizamos o investimento na região com a capacitação de mão-de-obra, geração de emprego e desenvolvimento social". Cerca de R$ 300 mil foram investidos pela ETH Bioenergia na qualificação de trabalhadores na cidade.

Além da cana-de-açúcar, a soja e o algodão também fazem parte da cadeia produtiva que movimenta a economia da cidade, que tem um grande reforço do transporte de combustível feito pela Ferrovia Vicente Vuolo (Ferronorte).

Fonte: Gazeta Digital (MT)

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