“O Grupo Silvio Santos, na qualidade de acionista controlador do Banco Panamericano S.A., tendo em vista as irregularidades apontadas pelo Banco Central do Brasil, informa que processará, nas esferas cível e criminal, os ex-diretores-executivos e a empresa de auditoria externa contratada para realizar a revisão das demonstrações financeiras do banco”, diz a nota.
Os integrantes do conselho e da diretoria executiva são responsáveis diretos pelas operações do banco e podem responder com os próprios bens em caso de má gestão ou fraude. Entre os diretores que serão processados estão Rafael Palladino, ex-superintendente do banco e parente de Íris Abravanel, mulher de Silvio Santos. Também serão processados Wilson Roberto de Aro, ex-diretor financeiro, e Adalberto Saviolli, ex-diretor de crédito do banco. Além dos diretores, a Deloitte e seus profissionais também respondem financeiramente pelos prejuízos sofridos por clientes e demais empresas por eventual omissão. Para se proteger, as auditorias e seus profissionais costumam fazer seguros específicos para cobrir essas perdas. Os seguros não cobrem fraude.
Procurada, a Deloitte informou, em nota, que está à disposição e colaborando com as autoridades para a devida apuração dos fatos e que se defenderá na Justiça. A reportagem não conseguiu localizar ontem os ex-diretores do Panamericano para comentar o assunto.
INTIMAÇÃO
O Banco Central vai intimar até sexta-feira os ex-diretores do Panamericano para que expliquem as inconsistências contábeis que levaram a um rombo de R$ 2,5 bilhões. O BC encontrou indícios suficientes para abrir um processo administrativo contra os executivos. O primeiro passo é a intimação. Eles terão até 30 dias para se defender.Também até o fim desta semana, o BC encerrará as investigações no banco. O resultado será enviado ao Ministério Público em São Paulo. Técnicos do BC entraram no Panamericano em meados de setembro, após identificar os problemas.
Para escapar de uma eventual liquidação foi montada uma operação de socorro em que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), um organismo dos bancos, forneceu empréstimo de R$ 2,5 bilhões ao Panamericano. Em troca foi exigido que o apresentador Sílvio Santos colocasse como garantia patrimônio.
Silvio Santos admitiu – mesmo ressaltando não estar 100% certo – que o Panamericano era deficitário e que os executivos falsificaram os balanços para garantir bônus. Em entrevista à revista Veja, ele disse ainda que vai adiar a sua aposentadoria, programada para 2011, por causa do rombo no banco e assegurou que fará de tudo para não vender o SBT.
Fonte: Jornal do Commercio