Provas de grande repercussão como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) costumam também exibir seus erros para o país inteiro. Alunos reclamaram de problemas na folha resposta e na prova amarela (são quatro testes com cores diferentes para dificultar a fraude).
Mas um escritor responsável por livros de histórias best-seller teve seu nome envolvido em uma informação incorreta em uma questão de Ciências Humanas. Citando o livro “1808”, de Laurentino Gomes, uma das questões afirmava que “D. João VI assina a carta régia de abertura dos portos ao comércio de todas as nações amigas, ato antecipadamente negociado com a Inglaterra em troca da escolta dada à esquadra portuguesa”, aconteceu somente em 1810 (ver à esquerda).
“O erro, infelizmente, é do MEC, não meu”, escreveu o escritor em seu site pessoal. “A data correta, que aparece no capítulo Salvador do livro, pág. 116, é 28 de janeiro de 1808.”
Laurentino admitiu a impossibilidade de evitar totalmente os erros em publicações de grandes tiragens, chegando a citar, em outro post, diversos erros encontrados em seu mais recente livro, “1822”, mas criticou o descuido na elaboração da prova.
“Erros de revisão costumam ser relativamente comuns em jornais, revistas e livros. Nas primeiras edições do próprio ‘1808’ o nome de Tiradentes aparecia como José Joaquim da Silva Xavier, quando o correto é Joaquim José. Mas uma prova do ENEM, alvo frequente de críticas de professores e estudantes, deveria merecer uma checagem mais cuidadosa.”
O autor afirmou acreditar que quem elaborou a questão confundiu a abertura dos portos no país, em 1808, com o tratado comercial com a Inglaterra, firmado em 1810, que funcionou como uma espécie de ampliação da abertura dos portos.
Revista de História da Biblioteca Nacional
Fonte: Portal MS