"O contrato de março tem um forte suporte nos 22 centavos e esse pode ser o patamar que o mercado deve respeitar até dezembro. Acho muito improvável que o valor do açúcar caia mais do que isso. Não vejo razões que possam romper essa barreira", diz.
Já em relação a um possível crescimento, Biegai frisou que o teto de 30 centavos de dólar libra-peso também deve ser respeitado até dezembro. "Acho muito difícil o mercado ultrapassar esse patamar. A banda de oscilação vai de 25 a 30, ou seja, atualmente ele está mais próximo ao topo que ao mínimo", afirma.
Para 2011, a expectativa, a partir de março, é que os preços comecem a baixar e atinjam em outubro a marca de 21,06 centavos de dólar libra-peso. "O contrato de março está em 27,78 centavos, em maio cai para 25,10; em julho, 22,49 centavos, e o de outubro, 21,06. Ou seja, o que o mercado está dizendo é que os preços ao longo de 2011 irão cair por conta da safra maior esperada. Os preços podem cair ainda mais do que isso", disse Biegai.
Segundo dados divulgados pela entidade, na segunda quinzena de setembro, a moagem ficou em 27,16 milhões de toneladas, 9,23% menor em relação ao mesmo período da safra anterior. Se comparados com a primeira quinzena de setembro a queda chega a atingir 27,03%.
Rodrigues afirmou que a intensa retração na moagem de cana observada na segunda quinzena de setembro ocorreu, novamente, em função das chuvas que atingiram as principais áreas produtoras. "Apesar de ter prejudicado a moagem, o maior volume de chuva nas últimas semanas de setembro não foi suficiente para interromper a queda que vinha sendo observada na produtividade do canavial", disse.
A Unica confirmou também que até o início de outubro, oito unidades produtoras já haviam encerrado a safra 2010/2011 na região Centro-Sul. Além disso, das 10 novas unidades produtoras previstas para iniciar suas atividades na atual safra, apenas uma optou por postergar o início para a safra 2011/2012.
Em relação à concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), por tonelada de cana processada obteve alta de 5,73% na segunda quinzena de setembro, se comparado aos 15 primeiros dias do mês, fechando com 170,16 quilos de ATR. No acumulado desde o início da safra, a quantidade de ATR somou 142,10 quilos por tonelada de cana-de-açúcar, crescimento de 7,36% no comparativo com igual período da safra anterior. O indicador de ATR divulgado pela entidade é calculado a partir do volume de cana-de-açúcar moída e da produção de açúcar e de etanol em determinado período, considerando algumas premissas em relação às perdas industriais.
Fonte: DCI