Segunda, 20 Janeiro 2025

Já falta dinheiro em caixas eletrônicos de agências bancárias da Capital. Na manhã de ontem, dos 14 terminais de autoatendimento da Caixa Econômica, na Avenida Bezerra de Menezes, apenas dois tinham dinheiro e ofereciam o serviço de saque. Placas com os dizeres "Sem saque" estavam pregadas para informar os clientes que sofrem desde o começo da greve dos bancários, há oito dias.

No Banco do Brasil da Praça dos Correios, no Centro da Cidade, por exemplo, apenas dois disponibilizavam o serviço. "Já venho de duas agências bancárias para sacar minha aposentadoria e só encontro muita fila e poucos caixas eletrônicos com dinheiro. Não pode faltar grana, tem de abastecer sempre, com ou sem greve", afirmou o aposentado José Nunes, 69, que acrescentou estar sofrendo prejuízos com a paralisação.

Po ser início de mês, o fluxo nos caixas eletrônicos aumentou. É gente tentando sacar aposentadoria, outros querendo fazer pagamentos, saque, enfim, muitos serviços bancários que causaram filas e muita demora na agência da Caixa Econômica na Avenida Bezerra de Menezes, por exemplo. Na fila há cinquenta minutos, a assistente administrativa Adelita Brilhante, 30, reclamou da falta de dinheiro nos terminais de autoatendimento e lamentou ter de esperar tanto, tendo vários outros caixas livres, mas sem serviço disponível para saque.

Saques

Com esse desabastecimento, quem fatura são as lotéricas, que "abarcam" a demanda e a insatisfação de clientes que procuram as agências bancárias para fazer saques e não conseguem. "Com a greve, aumentamos em 40% os nossos atendimentos. Muitos nos procuram para tirar dinheiro, pois não estão conseguindo nas poucas agências que estão com os caixas eletrônicos funcionando", disse o proprietário de uma casa lotérica na Bezerra de Menezes, Carlos Aquino Ferreira. Sem poder fazer depósito bancário pela ausência de envelopes, a professora aposentada Maria Gorete de Almeida, 57, recorreu à lotérica e teve de ter paciência para ser atendida. "É fila em todo lugar, tanto nos bancos, como nas lotéricas e nos caixas eletrônicos dos shoppings centers", criticou.

A demora nos atendimentos não se dá apenas nos bancos públicos. Nos privados, também é precário. No Banco Itaú, da Rua São Paulo com Floriano Peixoto, por exemplo, aposentados e pensionistas sofreram não apenas com a dificuldade de fazer saques nos caixas eletrônicos, mas também com a demora no atendimento. Só entravam dez por vez para serem atendidos por apenas um bancário.

"Estou aqui na fila há mais de uma hora e não peguei meu dinheiro ainda. Preciso comprar comida para fazer o almoço e não tenho nada", lamentou a aposentada Francisca Maria do Nascimento, 74.

Precarização

Para o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, esse fato da falta de dinheiro nos caixas eletrônicos das agências não se deve à greve, mas sim há um problema já existente mesmo antes da paralisação: o da terceirização dos funcionários e serviços bancários.

"Essa prática gera uma precarização dos serviços e uma queda na qualidade. Não reivindicamos apenas uma melhoria salarial, mas também serviços mais eficazes, humanização no atendimento e aumento da segurança e da qualidade de vida dos trabalhadores", pontuou o presidente do sindicato.

Conforme a assessoria de comunicação da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o problema tem de ser visto como algo pontual.

Fonte: Diário do Nordeste

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