A polícia britânica prendeu seis homens suspeitos de preparar um ataque “terrorista” ligado à visita de Estado realizada pelo papa Bento XVI à Grã-Bretanha, informou a Scotland Yard, ontem.
O papa Bento XVI está em Londres para o segundo dos quatro dias de sua visita. Primeiro, foi anunciada a prisão de cinco suspeitos, com idades entre 26 e 50 anos, em um depósito de lixo no centro da capital.
Os cinco trabalhavam como lixeiros, mas a polícia ainda não identificou seus nomes nem suas nacionalidades. Horas depois, foi informada a prisão de um sexto suspeito, de 29 anos, também por possível envolvimento com “atos de terrorismo”, informou a Polícia Metropolitana.
Funcionários disseram que as denúncias sobre um plano potencial foram recebidas durante a madrugada, motivando as cinco prisões na manhã de sexta-feira.
Novas polêmicas na visita do pontífice
O Vaticano informou, logo após as prisões, que o Papa foi informado sobre o ocorrido, mas não pretendia mudar sua agenda.
O pontífice participou, ontem, de um culto da Igreja Anglicana em Londres, em meio a uma polêmica provocada por um discurso em que fez uma associação entre o ateísmo e o nazismo.
Na quinta-feira, no seu primeiro pronunciamento no Reino Unido, diante da rainha Elizabeth II, em Edimburgo, ele falou sobre “uma tirania nazista que tenta erradicar Deus da sociedade”.
– Até mesmo durante as nossas vidas, nós conseguimos lembrar como a Grã-Bretanha e seus líderes se levantaram contra a tirania nazista que queria erradicar Deus da sociedade e negava nossa humanidade comum a muitos, especialmente os judeus, que se julgava indignos de viverem – disse Bento XVI.
Diante da repercussão das declarações do Papa, um porta-voz do Vaticano buscou minimizar a polêmica. Federico Lombardi disse que Bento XVI “sabe muito bem do que se trata a ideologia nazista”, em referência à participação do pontífice na Juventude Hitlerista quando ele tinha 14 anos. Na época, o alistamento no grupo era obrigatório para todos os jovens alemães.
O Papa continua, hoje, no Reino Unido, onde fará outra celebração religiosa para os fiéis.
Fonte: Diário Catarinense
