As informações técnicas convenceram o delegado do 1º Distrito Policial, Claudiney Albino Xavier - responsável pelo inquérito - de que o motorista do ônibus 141 da VCA (Viação Cidade de Americana), Alonso de Carvalho, foi imprudente ao ignorar a sinalização. "Os gráficos me surpreenderam. Ficou provado que o maquinista do trem que estava em movimento foi super eficiente ao frear a composição 25 metros antes da passagem de nível quando ele visualizou o ônibus. Os dados apresentados pela ALL mostram que todas as medidas foram adotadas, segundo o protocolo de segurança", afirmou o delegado.
Os gráficos gerados tecnicamente pela aparelhagem do trem apontam ainda que em nenhum momento a composição carregando 7.980 mil toneladas de grãos andou acima da velocidade máxima permitida. "No momento do impacto, o trem estava a 21 quilômetros por hora", disse Xavier.
TRÊS HORAS
Ontem, o delegado ouviu três funcionários da ALL, entre os quais, o maquinista do trem parado no pátio de manobras, Ícaro Munhoz, o maquinista do trem em movimento, Paulo Sérgio Mazarotto, e o coordenador de operações da Unidade Operacional de Itu, Juarez Corrêa.
O depoimento do maquinista da composição que estava estacionada foi apontado como o mais importante, na opinião do delegado, na elucidação do acidente, pelo fato de ele estar parado no local com visão privilegiada dos instantes que antecederam a colisão. Depois de ouvir Munhoz por duas horas Xavier disse que caiu por terra a versão do motorista de trem de que ele não viu a composição estacionada.
O maquinista disse ao delegado que o trem estava estacionado no mesmo local desde às 20h30, quase três horas antes do acidente. Isso significa que o motorista do ônibus já havia passado pelo trem parado antes do acidente.
O maquinista do trem estacionado disse ao delegado que ouviu, por rádio, às 23h14 - seis minutos antes do acidente - a comunicação entre o maquinista do trem em movimento e o vigilante da guarita que a composição se aproximava. Nesse momento, todo o sistema de segurança sonoro e luminoso estava acionado. "O maquinista confirmou a versão do vigilante, que ele agitou os braços para chamar a atenção do motorista do ônibus. Xavier disse que tem elementos suficientes para indiciar o condutor do ônibus por homicídio culposo (sem intenção de matar).
Fonte: O Liberal