Quarta, 22 Janeiro 2025

A Petrobras está autorizada a receber uma injeção de recursos de até R$ 150 bilhões, somando os aportes que serão feitos pela União e pelos demais sócios na sua capitalização. Esse montante equivale a cerca de US$ 85 bilhões. Mas os valores apontados para o preço dos barris de petróleo que a União irá repassar para a estatal mostram que a operação pode ultrapassar a casa dos US$ 180 bilhões.

Os números ilustram a magnitude do problema que os técnicos do governo terão que resolver. O preço dos barris não pode ser nem muito alto, o que prejudicaria a capitalização, nem muito baixo, o que abriria espaço para questionamentos na Justiça. O dilema é evitar que uma grande operação financeira se transforme num gigantesco fiasco. Se o governo optar em fixar o valor do barril que será cedido para a Petrobras em US$ 12,00, teto indicado pela certificadora contratada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), somente a parte da União na capitalização seria de US$ 60 bilhões. Como o governo detém 32,1% do capital total da empresa, isso significa que os demais acionistas teriam que arcar com cerca de US$ 127 bilhões.

Pelas contas do mercado, uma operação desse tamanho não tem como ser absorvida. Isso implicaria na diluição da participação dos acionistas minoritários e, consequentemente, um forte aumento da presença do Estado no capital da petrolífera. A Petrobras tem pressa em realizar a operação e tem insistido em efetivar o aumento de capital ainda em setembro. Mas para isso, o preço do barril precisa ficar bem mais baixo. A lógica é simples: com valor entre US$ 5,00 e US$ 6,00, os 5 bilhões de barris que serão repassados pela União custariam entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões.

Fonte: Jornal do Comércio - RS

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