O encontro foi a última discussão e coleta de opiniões entre técnicos e sociedade civil antes da entrega do Plano Diretor ao governador do Estado, Eduardo Campos, em setembro. O principal motivo para uma mudança como essa é a necessidade de capitalização do Porto de Suape. “O plano de investimentos para até 2014 é de aplicar R$ 2,6 bilhões. Um novo modelo de gestão vai transformar o Complexo em uma grande empresa e otimizar a forma como será administrado o local que atualmente emprega mais de 30 mil pessoas.
Com a participação de um parceiro estratégico teremos mais acesso à recursos financeiros, que não sejam apenas os aportes diretos dos Tesouros nacional e estadual”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente de Suape, Fernando Bezerra Coelho. Ainda que muito distante, a possibilidade de Suape vir a abrir capital e negociar ações na Bolsa de Valores também foi levantada na discussão de ontem. O Plano Diretor do Complexo está a cargo do Consórcio Planave/Projetec e conta com a participação de uma equipe técnica do maior porto do mundo, o de Roterdã, na Holanda.
Contratado há 18 meses, o grupo tem contribuído com orientação do projeto. Uma das sugestões é a de concentrar em áreas próximas as empresas que atuam em ramos similares, criando diversos polos indústrias dentro do Complexo. Isso já pode ser visto no caso do polo naval, que pode contar com até seis estaleiros e que fica na Ilha de Tatuoca. No quesito infraestrutura, a preocupação é estar preparado para receber os novos empreendimentos de grande porte como o terminal de minérios que será instalado na Ilha de Cocaia, orçado em cerca de R$ 200 milhões, um segundo terminal de contêineres, e o terminal de grãos que vai se integrar ao projeto da Transnordestina. Para tanto, estão programadas obras como a construção de pelo menos quatro novos cais, um reforço nas rodovias internas e a realização de uma grande intervenção de dragagem para atender o polo naval.
A questão de mobilidade urbana também teve peso na apresentação de ontem. O maior projeto é a reforma da Estação Massangana, no Cabo de Santo Agostinho, e da linha férrea que chega até o Complexo para receber os chamados Veículos Leves sobre Trilhos (VLT). Modernos e mais rápidos, serão a principal opção para os milhares de trabalhadores de Suape. “Essa obra já está em curso e estamos preparando a licitação para contratar a empresa que vai adaptar a linha de metrô para receber os VLTs”, adiantou Fernando Bezerra Coelho. O desenvolvimento sustentável ocupou lugar de destaque na apresentação de ontem. Para receber os novos empreendimentos industriais, Suape irá promover uma supressão vegetal de 600 hectares de manguezais. “Mas o plano de reflorestamento prevê plantar novos 4.000 hectares”, explicou Bezerra Coelho. Regularização do uso e ocupação do solo, questões fundiárias e controle urbano também foram debatidas.
Fonte: Jornal do Commercio