O acadêmico ressalta que as taxas de juros podem não ser tão atraentes para o setor privado como são as do público. "Temos de levar em conta que é um funcionário sem estabilidade e por isto os prazos podem ser menores. É preciso dar-se a maturação do mercado e a criação de convênios entre bancos e empresas."
Ele destaca que o ritmo de crescimento da carteira de crédito vai depender do quanto os bancos querem se expor a riscos como o de a pessoa ficar desempregada. "A dívida é da pessoa. Se ela trocar de emprego, ela pode ou não vincular a empresa nova."
Quanto o fato de a taxa de crescimento do setor público ser mais alta que no privado, Savoia justifica que a base é pequena. "O setor público tem uma base financeira 10 vezes maior. Há espaço para ambas crescerem. A demanda de funcionários públicos e privados é grande e reprimida."
Outro professor que acredita no crescimento da carteira de crédito consignada do setor privado é Alcides Leite. O professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios disse que os empregos formais podem impulsionar os negócios para os bancos.
Para Leite, entre ano passado e este ano houve um período de aquecimento das contratações formais e com carteira assinada. "O mercado só poderia desandar se houvesse uma onda de desemprego, mas ninguém prevê isto."
Emprego
Na quinta-feira, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgou que a economia do Brasil teve uma geração histórica de empregos formais no semestre. Ao todo foi criado no período 1, 473 milhão de vagas. Os números superam o recorde registrado em 2008, de 1,361 milhão.
Os dados do Ministério do Trabalho revelaram que São Paulo liderou a criação de empregos com a criação de 545 mil novas vagas, seguido por Minas Gerais (232 mil postos), Rio Grande do Sul (104 mil), Paraná (100 mil postos), Rio de Janeiro (88,5 mil), Goiás (70,1 mil ) e Santa Catarina (66,2 mil).
Para o ministro do Trabalho, Carlos Lupi até o final do ano serão gerados 2,5 milhões de empregos formais. Se este número for confirmado, o total de empregos criados desde 2003 atingirá 11,14 milhões, resultado que superará a marca de 10 milhões de vagas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu durante a campanha de 2002.
Dados do Caged apontam de que o sudeste foi responsável pela criação de 894, 012 mil novos empregos com carteira assinada no primeiro semestre. Em junho, o sudeste abriu 123, 823 mil novas vagas. São Paulo foi responsável pela criação de 70, 265 mil empregos com carteira assinada.
O destaque ficou com a geração de empregos nos setores da agropecuária, com 24, 336 mil postos, de serviços, com 18, 941 mil, da indústria de transformação, com 16, 075 mil, e, na lanterna, o comércio, com 10, 356 mil.
Em Minas Gerais, a geração de empregos cresceu 6,64%, o que representou o surgimento de 232.572 novas vagas. O estado obteve o segundo melhor desempenho do País: no interior mineiro, foram gerados 172, 376 mil postos de trabalho, e na região metropolitana 60, 196 empregos.
No mês de junho, o Estado do Mato Grosso viu a criação de 5, 287 mil empregos registrados, o equivalente a crescimento de 1,03% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior. O setor de agropecuária foi o que mais cresceu - 2.734 postos. A indústria de transformação foi o segundo colocado, com 717 vagas.
De acordo com a imprensa local, as cidades de Primavera do Leste e Sinop criaram 439 vagas e 294 vagas de emprego formais, respectivamente. Várzea Grande criou 165 novos empregos.
Fonte: DCI