O milho de segunda geração, em um primeiro momento, será comercializado apenas por meio da Dekalb (uma das marcas da Monsanto). De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, futuramente outras marcas também venderão a semente. O novo híbrido apresenta duas proteínas inseticidas do Bt (Bacillus thuringiensis), as quais lhe garantem proteção da lagarta-do-cartucho, da lagarta-da-espiga e da broca-do-colmo - as principais responsáveis por danificar a lavoura.
A tecnologia está disponível em países como Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul, entre outros. "Com base em números da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária [Embrapa], de 30% a 40% da perda da produtividade com o milho convencional são gerados pela lagarta-do-cartucho", disse.
"O milho YieldGard VT PRO é um avanço tecnológico, além de ser mais uma ferramenta para o manejo integrado de pragas (MIP) e uma opção eficaz e prolongada de manejo de resistência de insetos (MRI) na cultura", afirmou Ricardo Miranda, diretor de Desenvolvimento Tecnológico da Monsanto.
Produtores
Em Mogi Mirim, no interior de São Paulo, a saca de sementes da primeira geração de milho da Monsanto custa R$ 400, segundo Luiz Cesar Salani, agricultor. Na última temporada, Salani perdeu 20% da produção de uma área de plantação de 150 hectares "por causa de doenças e porque o clima não favoreceu", disse. Desde que começou a utilizar a primeira semente geneticamente modificada, no ciclo de 2008/2009, o produtor teve um ganho de cerca de 25% de produtividade: ele contou que com o milho convencional produzia quase 136 sacas por hectare e, depois, aumentou para cerca de 161 sacas por hectare. Salani recebe em média R$ 17,20 pela saca de milho. De acordo com Fernandes, mesmo com a semente geneticamente modificada a proteção contra doenças é difícil.
Edilson Roberto Pereira, produtor de São José do Rio Preto (SP), utiliza semente da primeira geração de milho da Monsanto desde 2007, em uma área de plantação de 48 a 60 hectares. Há quatro anos, na safra de verão Pereira cultivava cerca de 111 sacas por hectare de milho convencional e fazia duas aplicações de inseticida na lavoura. O cultivo aumentou, segundo o agricultor, para, aproximadamente, 126 sacas por hectare na temporada posterior. "Não compensa plantar o milho [convencional] porque pode perder se as pragas atacarem", contou Pereira, que aguarda a comercialização do novo híbrido. O agricultor paga, em média, R$ 335 em uma saca com 60 mil sementes (equivalente a 1 hectare para plantio) do produto da Monsanto e vende a saca a R$ 16,50 na região. Ambos os produtores esperam aumentar a produção com o novo cultivar.
Para Fabrício Bazanella, Representante técnico de Vendas da Monsanto, os produtores estão surpresos com os resultados dos testes apresentados pela nova tecnologia na lavoura. "Estamos trazendo produtores de outras regiões. Eles [agricultores] estão vendo a diferença, e essa aprovação, até considerada unânime, superou as nossas expectativas."
Fonte: DCI