O presidente estadual do PMDB, Pedro Simon, afirmou ontem que gostaria de contar com o apoio do PSB, de Beto Albuquerque, na campanha de José Fogaça (PMDB) - que já tem garantido o PDT, do vice Pompeo de Mattos - na corrida ao Palácio Piratini. Simon disse ainda que o socialista poderia, assim como o ex-governador Germano Rigotto (PMDB), ser candidato da coligação ao Senado Federal.
"Beto seria um belo candidato. Está muito magoado com o PT, diz que jamais vai compor com o PT", avaliou o senador, apostando na aproximação com o PMDB, caso o o deputado federal do PSB desista de disputar o Piratini. "Se ele for candidato (ao governo), é um grande nome. Mas se não for, gostaria que viesse conosco. Já fiz o convite", adiantou Simon.
O peemedebista também comentou as declarações do então pré-candidato do PSB à presidência, Ciro Gomes, sobre o PT. "Ciro é uma figura muito complicada. Ele cobra que o PT está sendo ingrato com ele, mas na hora difícil do mensalão, Ciro agiu errado. Devia ter cobrado do Lula e não ter silenciado. Ciro ajudou a abafar o mensalão", avaliou.
Questionado sobre se apoiaria Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB) para a presidência da República, Simon defendeu a candidatura própria do PMDB. "Meu voto hoje é do ex-governador do Paraná Roberto Requião", afirmou.
Ele, no entanto, sabe das dificuldades que o tema encontra na cúpula nacional do partido. "Vários estados querem a candidatura, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Pernambuco. O que acontece é que o comando partidário pode repetir o que fez há quatro anos. Como tínhamos candidatura, não saiu a convenção", lembrou.
Sobre o seu futuro político, Simon disse que vai se dedicar ao seu mandato, que ainda tem pela frente quatro anos e meio para ser cumprido. "Quando terminar o mandato em 31 de janeiro (de 2015), faço 85 anos. Na minha família ninguém durou isso. Então, se completar meu mandato, já agradeço a Deus", afirmou.
Simon foi homenageado ontem na Assembleia Legislativa no Grande Expediente especial em celebração aos seus 50 anos de vida pública. A iniciativa foi do deputado Alexandre Postal (PMDB), que fez uma retrospectiva dos 80 anos de vida do senador.
Para Fogaça, PP possui ‘força política invejável’
O pré-candidato do PMDB ao governo do Estado, José Fogaça (PMDB), também prestigiou o Grande Expediente na Assembleia Legislativa em homenagem ao senador Pedro Simon. Ao comentar o cenário eleitoral no Rio Grande do Sul, destacou que a segunda vaga ao Senado está em aberto para a aglutinação de outro partido à aliança já firmada com o PDT.
Fogaça disse que o PP é um aliado desejável, mas que o PMDB acompanha a distância a negociação dos progressistas com o PSDB. "Respeitamos e adotamos uma postura discreta e de observação. Não havendo esse acordo, nos colocamos entre as opções que gostaríamos que o PP considerasse", afirma o peemedebista.
O pré-candidato acrescenta ainda que o PP é o partido mais bem organizado e estruturado em todo o Estado. "É uma força política invejável. Mas o PP está em negociação com o partido do governo ao qual ele pertence. Qualquer intromissão seria um desrespeito", finalizou Fogaça.
Brum Torres comandará plano de governo da coligação
O ex-secretário estadual de Planejamento João Carlos Brum Torres (PMDB) foi confirmado ontem, em encontro do PMDB, como responsável pelo comando do grupo que fará o plano de governo da coligação do pré-candidato José Fogaça. Brum Torres convocou nomes do PMDB, como Pedro Bisch Neto e Manoel André da Rocha, e do PDT, como Orion Cabral e Gabriel Fadel, para integrar a equipe.
Cerca de 30 técnicos do PMDB e do PDT participaram da reunião ao lado do coordenador-geral da campanha, deputado federal Mendes Ribeiro Filho (PMDB), do pré-candidato a vice-governador, Pompeo de Mattos (PDT), do deputado estadual e presidente municipal do PMDB, Luiz Fernando Záchia, e do senador Pedro Simon (PMDB).
Pompeo defendeu que o documento será o somatório de experiências do PMDB e do PDT. Os pré-candidatos afirmaram que os partidos possuem um "exército de líderes" em referência aos 200 prefeitos, 200 vice-prefeitos, 2 mil vereadores e 2 mil secretários municipais que as siglas possuem no Estado.
Na noite de segunda-feira, o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Antonio Hohlfeldt, entregou a Fogaça um plano de governo preliminar. O texto foi formulado por cerca de 150 peemedebistas subdivididos em 12 grupos temáticos. Orientados por Hohlfeldt, apontaram prioridades nas áreas de administração pública, saúde, educação, meio ambiente e segurança.
Fonte: Jornal do Comércio