Quinta, 23 Janeiro 2025

Pela primeira vez, o governador Eduardo Campos (PSB) deixou de ter uma posição tímida e dúbia sobre as mudanças que estão ocorrendo na Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). Sem criticar o presidente Lula, Eduardo chegou a dizer que existem “falhas” nas mudanças implementadas pelo governo para reestruturar o setor elétrico brasileiro. Em reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (Cedes), no Campo das Princesas, o governador e alguns conselheiros pediram a revisão das mudanças que tiram a autonomia da estatal nordestina.

Eduardo defendeu que a autonomia da Chesf pode ser recomposta e sugeriu que a Eletrobras acompanhe o ingresso das suas subsidiárias nas sociedades de propósito específicos (SPEs), espécie de parcerias entre empresas para realização de obras. A Chesf não pode mais participar da SPEs devido a uma decisão da Eletrobras. Geralmente, os grandes empreendimentos do setor elétrico são disputados por SPEs por exigirem grandes investimentos.

A reunião contou com a participação de 35 conselheiros, incluindo empresários, advogados, executivos entre outros. A reunião, presidida pelo governador, contou com a presença do ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, que foi convidado pelo próprio Eduardo na semana passada. Os conselheiros se mostraram “indignados” com as modificações feitas na estatal. A pergunta mais repetida foi por que a Eletrobras retirou a autonomia da Chesf como mostram as alterações registradas na ata da 150ª da assembleia extraordinária da empresa.

Entre outras coisas, as modificações obrigam a Chesf a pedir autorização, prévia e expressa, da Eletrobras para realizar operações que ultrapassem 0,5% do seu capital social, o que significa cerca de R$ 22,6 milhões, o que significa nada neste setor de infraestrutura. Durante o debate, o ministro não deu respostas convincentes. Na coletiva, Zimmermann afirmou que essas alterações feitas no estatuto ocorreram porque a Eletrobras é listada em bolsa de valores e que, por isso, deve obedecer regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O governador, por sua vez, afirmou que não deseja uma Eletrobras forte com ações na bolsa, mas que não contribua para um país mais justo. Ele citou como exemplo a Petrobras que está construindo navios em Suape e acrescentou: estatal não pode jogar dinheiro fora, mas também não pode pensar só em apresentar lucros.

Fonte: Jornal do Commercio

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