Quem gastou muito nesse Carnaval e agora está preocupado com as finanças pode recorrer à antecipação do décimo terceiro salário ofertada por vários bancos. Apostando no aperto financeiro do brasileiro, as instituições bancárias estão fazendo, cada vez mais cedo, propaganda de suas linhas de crédito. Mas é preciso ficar atento aos juros cobrados pelos bancos, que variam de 2,06% a 3,99% ao mês. Algumas instituições dão um prazo de pagamento de até 180 dias. Outras só cobram a dívida apenas no final do ano, no momento do pagamento do abono salarial.

A Caixa Econômica Federal antecipa o benefício para correntistas, aposentados e pensionistas. A cobrança é feita de uma única vez e é descontada da parcela antecipada do 13º. O vencimento da prestação é de, no máximo, 180 dias depois da assinatura do crédito. O valor do empréstimo pode variar de R$ 190 a R$ 20 mil. Os juros são de 2,11% ao mês. Para quem vai utilizar a linha pela segunda vez, eles caem para 2,06% ao mês.

O crédito pessoal do Bradesco para a antecipação do décimo tem juros que variam de 2,55% a 2,90% ao mês. O prazo de pagamento é maior do que na Caixa, pois o desconto é feito em dezembro, quando o benefício é pago. A linha vale para correntistas, além de aposentados e pensionistas que recebem pelo banco. O Banco do Brasil antecipa até 80% do valor do décimo e cobra juros de 2,59% a 3,99% ao mês.

CUIDADOS

O analista financeiro Roberto Ferreira não recomenda a adesão a qualquer linha de antecipação do 13º. Eles diz que os juros são altos e que o dinheiro na mão faz com que a pessoa antecipe um gasto ou uma compra desnecessária que poderia fazer depois.

“O 13º salário deve vir depois do 12º salário não depois do segundo. A pessoa pega o empréstimo e fica sem dinheiro no final do ano para fazer as compras de Natal e pagar as despesas custosas de início de ano como matrícula e material escolares, IPTU e IPVA. Além disso, o brasileiro não tem educação financeira e acaba gastando em algo supérfluo”, completa.

Segundo ele, o empréstimo é até compreensível em casos de emergência, sobretudo para pagar despesas de saúde, quando a pessoa não tem a quem recorrer e precisa do dinheiro imediatamente. Mesmo assim, ele aconselha que o correntista dos bancos veja se não é melhor contrair um crédito consignado.

É preciso ver quais são as taxas mais em conta e o limite de dinheiro emprestado em cada linha. No caso da antecipação do 13º, o dinheiro é todo pago de uma só vez. No consignado, é possível quitar o débito em várias parcelas descontadas mensalmente do salário.

Para quem tem dívidas de cartão de crédito e cheque especial, nos quais os juros passam de 10% ao mês, a antecipação e o empréstimo consignados podem ser bons negócios. O devedor faz uma dívida mais em conta para quitar outra mais cara.

Fonte: Jornal do Commercio