Quinta, 19 Junho 2025

PETROLINA – Depois de um 2009 em crise, os fruticultores do Vale do São Francisco começaram o ano articulando com o governo federal uma reestruturação do setor. Eles sofrem com dívidas acumuladas, falta de capital novo e ausência de tratamento fiscal adequado na importação de insumos. Ontem, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, realizou sua primeira e simbólica visita aos produtores. Conversou com empresários, conheceu a “linha de produção” das frutas e discutiu políticas públicas. Para ele, além dos problemas já citados, as empresas precisam superar o que parece seu limite de crescimento para montar companhias de porte mundial.

Coutinho visitou a Fazenda Timbaúba, da Queiroz Galvão Alimentos, que alcançou, em 2008, 5.800 toneladas de uva e 5.800 toneladas de manga. No ano passado, com os problemas no câmbio e as fortes chuvas de outubro, a uva produzida caiu para 4.600 toneladas e a manga, para 4.300.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, além de soluções para o endividamento oriundo do câmbio e das chuvas, é preciso também redefinir a política de importação de fertilizantes e defensivos agrícolas, com base no cadastro do nome comercial do produto, deixando de fora o princípio ativo. “Se admite remédios genéricos para humanos, mas para a planta não pode”, comentou. Segundo os empresários, o litro do defensivo de marca chega a R$ 280, contra um “genérico” chinês de US$ 4,20 (menos de R$ 8) o litro.

DÍVIDA AGRÍCOLA

Para Coelho, Coutinho dará um tom técnico à inclusão de uma medida provisória (MP) prevista para março, com uma nova renegociação de dívidas agrícolas. O Estado elaborou uma lista de itens, produzida pela Câmara Estadual de Fruticultura, para tentar emplacá-los na MP.

“Tenho conhecimento de que há problemas sérios, principalmente com os pequenos produtores. Além disso, entendemos que a estrutura das empresas talvez tenha chegado a seu limite e elas tenham ficado inadequadas à competição global”, afirmou Coutinho.

Para ele, que conversou com os empresários da Associação dos Produtores do Vale do São Francisco (Valexport), o BNDES pode ajudar a consolidar os grupos auxiliando as empresas a alcançar um maior nível de governança corporativa (transparência nos números) e até uma possível futura abertura de capital, para o setor “prescindir de intermediários e das tradings.”

Fonte: Jornal do Commercio

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