O documento foi apresentado, em audiência pública na Câmara, pelo diretor-geral do ONS, Hermes Chipp. O órgão manteve a versão de que o blecaute teria sido causado por “descargas atmosféricas e/ou redução da efetividade dos isoladores submetidos a condições meteorológicas adversas”.
Embora os equipamentos, mesmo trincados, tenham passado por testes de resistência que comprovam sua eficácia, Chipp explicou que sua substituição, na subestação de Furnas em Itaberá (interior de São Paulo), onde se originou o blecaute, tem por objetivo a prevenção.
Os isoladores têm a função de anular oscilações de tensão e podem ter falhado pelo excesso de água. De acordo com a ONS, chuvas com intensidade superior a três milímetros por minuto podem reduzir em até 30% a capacidade desses equipamentos, aumentando a possibilidade de curto-circuito.
“Trabalhamos com todas as hipóteses para não sermos surpreendidos. Não tem uma única causa. A imprensa pressiona, cobra uma causa isolada. Isso não é esconder nada, é trabalhar com todas as hipóteses para não ser surpreendido por uma outra”, afirmou Chipp.
RESPALDO
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também participou da audiência. Ele respaldou a versão do ONS sobre as causas do apagão e minimizou os efeitos do blecaute em termos de divisão territorial: “O que houve foi a interrupção temporária de energia elétrica, e isso não ocorreu com a mesma intensidade em todos os Estados”.Sobre as recomendações do ONS, o ministro, que se reúne hoje pela manhã com os integrantes do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, disse preferir aguardar outros dois relatórios: um da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e outro de um grupo de trabalho criado por ele para elaborar novas medidas. “Os equipamentos estão em boas condições. A troca de isoladores é algo mais que vamos fazer, apenas um reforço”.
Fonte: Jornal do Commercio
