São Paulo (AE) - A agricultura brasileira precisa de um planejamento de longo prazo, seguindo o exemplo de outros setores da economia nacional, como o de educação, energia e transporte, cujo plano de desenvolvimento trabalha com um horizonte de 10 a 30 anos. A afirmação é ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Daniel Vargas, que participou do 1º Fórum Inovação: Agricultura e Alimentos para o Futuro Sustentável.
“A agricultura ainda não tem um planejamento que organize o setor para as próximas décadas. A cadeia produtiva precisa se aliar ao governo e criar um plano que trabalhe com um horizonte de longo prazo”, afirmou. Vargas calcula que o planejamento deveria contemplar investimentos essenciais para promover o desenvolvimento do setor nos próximos 20 anos. Para isso, governo e setor privado deveriam trabalhar a partir de três premissas: promover a industrialização rural; superar o conflito entre agricultura familiar e empresarial; e estimular a formação de uma forte classe média rural.
“A agricultura é vanguarda no desenvolvimento econômico e não a retaguarda. Vejo o exemplo de grandes centros industriais urbanos, como na Califórnia, que se organizaram em regime de concorrência cooperativa. A indústria nacional ainda não trabalha com este sistema, mas em partes de São Paulo e nos estados do Sul do País este é um modelo muito forte”, destaca.
De acordo com o ministro, é a partir destas premissas que o governo deve adotar medidas que promovam o desenvolvimento sustentável do setor. Ele afirma que para cada hectare cultivado há de três a quatro hectares de pastagens degradadas ou áreas abandonadas. “Para avançar em áreas virgens, o produtor gasta R$ 600 por hectare, mas para recuperar uma área degradada os gastos variam de R$ 3 mil a R$ 4 mil. É preciso criar um benefício para aqueles que querem incorporar estas áreas sem uso econômico”, sugere.
Fonte: Tribuna do Norte