Sexta, 24 Janeiro 2025
Muitos brasileiros podem não se dar conta, mas ao ligar uma lâmpada os contribuintes destinam 48% dos custos para o alto custo tributário. No caso da telefonia, percentual pago chega a 46%

Cada brasileiro tem uma cruz pesada a carregar em qualquer lugar que vá, principalmente quando se trata de contratar serviços. Se for ao supermercado e gastar R$ 100, cerca de R$ 40 não serão aplicados em produtos, mas sim em impostos. Ao ligar a lâmpada de casa, metade (48%) do valor vai para os tributos e o mesmo acontece com a telefonia. Uma pequena conversa com uma pessoa querida representa que 46% daquele tempo são do governo. É uma das maiores cargas do mundo e que não para de crescer, mesmo com a economia patinando na crise. E também se configura num consenso nacional. Todos sabem que, se a carga fosse menor, a economia cresceria o suficiente para compensar uma inicial queda de arrecadação. Na média, a carga brasileira é de 35,8%.

“No Brasil há uma distorção entre o crescimento do PIB e o da carga tributária, o que atrapalha o desempenho do próprio capitalismo”, pondera o professor de economia Manuel Messias. Seu colega, o professor Thales Galhardo lembra que um exemplo positivo da redução da carga para a economia foi o IPI dos carros e eletrodomésticos. “Com a redução aumentou o número de emprego no setor de comércio e manutenção na indústria automobilística”, lembrou Galhardo.

Na vida prática, a grande massa de impostos atrapalha muito os empresários, a exemplo do franqueado da rede Patroni de pizzas, Ricardo Domingos Júnior. Ele diz que sua franquia sofre muito com o ICMS, porque muitos dos insumos da rede são comprados em São Paulo, onde este tributo é de 7%. “Como aqui é 17%, tenho de pagar a diferença na fronteira e à vista. O imposto estadual atrapalha muito e também nos faz comprar fora do Estado, mesmo com essa diferença. É o caso do peperoni, por exemplo. Há fornecedores locais, mas termino comprando fora porque é mais barato. Acredito que a alta carga local prejudica as empresas daqui”, raciocina.

Em termos de serviços, o empresário reclama da conta de luz. Ele diz que, de dezembro para cá, o valor do serviço aumentou em 100%. “Naquele mês, tinha uma conta de energia de R$ 1.500. Hoje está em R$ 3.000”, diz. O intrigante nesta conta é que os R$ 1.500 a mais estão indo para o governo. Segundo o Instituto Brasileiro de Estudos Tributário (IBPT) o brasileiro arca com 48,28% de tributos quando paga a conta de luz.

“O imposto mais pesado é o ICMS. Seria necessária uma legislação única para este tributo. O governo federal deu mostras de que é possível a redução, pois com menos impostos há uma recuperação do consumo e compensa a perda inicial”, alega o diretor do IBPT, Fernando Steinbruch. Em sua visão, o grande problema da estrutura tributária brasileira é taxar produtos e serviços ao invés da renda e do patrimônio. “Dessa forma, os mais pobres pagam o mesmo que o rico o que causa uma distorção”, raciocina.

Fonte: Jornal do Commercio

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