Sexta, 24 Janeiro 2025

O argumento do Governo de São Paulo para descartar o túnel como ligação seca entre as duas margens do Porto de Santos, ou seja, que esta opção custaria cinco vezes mais do que a ponte estaiada, não procede, segundo especialistas em engenharia e geologia. Para eles, exemplos internacionais apontam que os custos de construção de ambos os tipos de soluções técnicas são compatíveis.

"Quando se usa dado europeu (para comparação), pode haver discrepância de 20%, 30%. Mais cinco vezes? Eu gostaria de ver esse número", diz o presidente do Comitê Brasileiro de Túneis (CBT), Tarcísio Barreto Celestino.

 
Conforme calculou o secretário estadual de Transporte, Mauro Arce, em meados do mês passado, a ponte estaiada entre os bairros Ponta da Praia, em Santos, e Santa Rosa, em Guarujá, custaria em torno de R$ 500 milhões.

COMPARAÇÃO

Doutorem Engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e em Mecânica das Rochas pela Universidade da California (EUA), Celestino chefiou o grupo que entregou ao Governo do Estado, no ano passado, um levantamento sobre a construção de túneis submersos pelo mundo. Na época, o próprio governador José Serra defendeu publicamente a obra e cobrou verbas da União para realizá-la.
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