Sexta, 24 Janeiro 2025
As indústrias brasileiras podem demitir 30 mil trabalhadores até setembro. O setor, que empregava 250 mil pessoas antes da crise, já fechou 20 mil postos de trabalho e acumula perdas de 25% de janeiro a abril deste ano na comparação com o mesmo período em 2008. O anúncio foi feito ontem pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, durante reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe).

Segundo ele, a única forma do setor atravessar a crise sem despedir boa parte dos empregados é o governo federal reduzir impostos e taxas de juros, manter o câmbio estável e criar linhas de financiamento com prazos longos. Ele afirma que o câmbio abaixo de R$ 2 diminui a competitividade das indústrias brasileiras e a grande variação do índice impede os empresários de definirem preços na hora de fechar encomendas, pois levam, em média, seis meses até a entrega do produto.

Outro fator que prejudica as indústrias é o peso dos impostos sobre o preço final dos equipamentos, que hoje corresponde a 22% do valor do produto. Além disso, os financiamentos oferecidos pelos bancos brasileiros têm juros altos e prazos muito curtos. “Funciona como uma barragem. Quando a economia piora, é como se o nível da água descesse e começassemos a ver o fundo do reservatório, o que não víamos quando o cenário era favorável”, ilustra.

Os únicos segmentos que tiveram balanços positivos em abril foram o setor de bens sob encomenda e o de bombas e motobombas com crescimento de, respectivamente, 16% e 2,5%. “Como os pedidos foram feitos antes da crise, as indústrias de bens sob encomendas ainda não sentiram os efeitos. Com relação às bombas, as compras feitas pela Petrobras ajudam a manter o saldo positivo”, detalha o presidente da Abimaq.

Apesar dos prejuízos das indústrias nacionais, a importação de máquinas e equipamentos cresceu 4% no quadrimestre. “O que observamos nos últimos 20 anos é uma desindustrialização do país. Em 1987, nós tinhamos o dobro de indústrias de hoje e mais de 450 mil pessoas empregados. Estamos fechando postos de trabalho aqui e gerando vagas lá fora. Apesar dos soluços de produção, o Brasil continua andando de lado”, declara Luiz Aubert Neto.

Ele garante que os empresários estão fazendo a parte deles. “Mesmo que as indústrias reduzam os custos e o lucro ao máximo, o governo precisa tomar uma atitude até setembro ou as demissões serão inevitáveis”, afirma Luiz Aubert Neto. As reivindicações da Abimaq contam com o apoio de 17 sindicatos. Um documento manifestando esse apoio será levado para a próxima reunião da Abimaq com o governo, agendada para junho.

Fonte: Jornal do Commercio

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