WASHINGTON - Barack Obama, presidente norte-americano, está disposto a declarar a falência da General Motors esta semana. A informação foi divulgada pelo The Washington Post. O jornal acrescentou que a administração Obama está se preparando para que a Chrysler abandone a situação de moratória em que se encontra desde abril no mesmo dia em que for declarada a concordata da GM.
Segundo o jornal, o governo dos Estados Unidos forneceria cerca de US$ 30 bilhões em ajudas à montadora para que possa prosseguir com sua reestruturação e emergir de forma rápida da moratória. Este número se somaria aos aproximadamente US$ 15 bilhões que a montadora já recebeu desde dezembro.
O Departamento do Tesouro concedeu à General Motors um prazo até 31 de maio para desenvolver um plano de reestruturação que reduza de forma dramática seus custos trabalhistas, encargos financeiros e sua dívida.
Na sexta-feira, Ken Lewenza, presidente do sindicato Canadian Auto Workers (CAW), anunciou que a organização chegou a um acordo com a GM Canadá para reduzir os custos trabalhistas da montadora. O acordo permitirá que a GM tenha acesso a bilhões de dólares em ajudas oferecidas pelas autoridades canadenses à subsidiária da montadora, para reestruturação.
Os governos canadense e da província de Ontário obrigaram o sindicato a aceitar novas concessões antes de 31 de maio, de modo a evitar o fechamento das fábricas da GM no Canadá. É a terceira vez nos últimos meses que a CAW negocia cortes com a montadora.
Lewenza disse que o acordo cumpre os requisitos estabelecidos pelas autoridades canadenses e americanas e especifica que três fábricas nas localidades de Oshawa, St. Catherines e Woodstock manterão sua produção.
Lewenza também confirmou que o sindicato aceitou que a GM reduza suas responsabilidades financeiras sobre o plano de pensões de seus trabalhadores, o que fará com que a empresa economize outros bilhões.
O acordo aconteceu um dia depois de a GM e o sindicato United Auto Workers (UAW) chegarem a um acordo similar nos EUA. Na quarta-feira, o sindicato UAW anunciou que tinha chegado a um acordo com a GM para reduzir seus custos trabalhistas e suas responsabilidades financeiras com relação ao fundo que tem para financiar os gastos de saúde dos trabalhadores e aposentados da empresa. A montadora tinha se comprometido a fornecer US$ 20 bilhões a esse fundo, mas o Departamento do Tesouro queria que uma parte considerável dessa quantidade fosse em forma de ações, em vez de dinheiro.
Como já aconteceu com a Chrysler, o principal problema da GM agora é convencer seus credores a aceitar a oferta do Tesouro para cancelar as dívidas.
O pedido de concordata ocorreria apesar de a montadora ter fechado os acordos trabalhistas com os sindicatos, de acordo com fontes da indústria.
GMAC
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos liberou na sexta-feira empréstimo de US$ 7,5 bilhões ao banco GMAC, braço financeiro da General Motors. A medida serve para fornecer mais capital para financiamento de veículos e imóveis e, assim, evitar a quebra do grupo. De acordo com as agências internacionais, os empréstimos serão concedidos em troca de ações preferenciais do banco. A medida deve fazer com que o governo norte-americano passe a deter 35,4% do capital do GMAC.
O The Wall Street Journal já havia antecipado que o banco poderia receber parte de um empréstimo de US$ 14 bilhões nos próximos dias. Em dezembro, a empresa recebeu US$ 5 bilhões dos empréstimos do governo, por meio do Tarp (Programa de Socorro a Ativos Depreciados, na sigla em inglês).
Funcionários do Tesouro afirmaram que a ajuda, a primeira do governo de Barack Obama à financeira, vai elevar o capital da instituição para financiar veículos da GM e da Chrysler - duas das mais afetadas montadoras norte-americanas.
Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, a nova injeção de capital da GMAC "oferece grandes oportunidades de crédito, ajuda a estabilizar o mercado de vendas de veículos e contribui com toda a recuperação econômica".
O governo dos Estados Unidos determinou que US$ 4 bilhões serão exclusivamente direcionados para levantar capitais das lojas e oferecer mais crédito de financiamento aos consumidores, enquanto os outros US$ 3,5 bilhões são uma parcela do que recomendou o teste de estresse realizado com os 19 maiores bancos do país.
Fonte: DCI