Domingo, 26 Janeiro 2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acredita que os acordos fechados pela Petrobras no exterior para a exploração de petróleo ajudem a baixar o preço dos combustíveis no País. "Espero que a Petrobras possa tirar bastante petróleo para baratear o preço do combustível e quem sabe baratear um pouco no Brasil", disse o presidente em seminário realizado em Istambul entre empresários brasileiros e turcos
A Petrobras fechará nesta sexta-feira um contrato com a estatal turca TPAO. O acordo está na pauta da visita de Lula à Ancara, última etapa de sua turnê no exterior. O entendimento envolveria investimentos totais de US$ 830 milhões. O objetivo inicial é a prospecção de petróleo e gás natural do Mar Negro, uma das últimas fronteiras de exploração.
A Petrobras é apenas a segunda empresa internacional a ganhar acesso à região. A outra foi a Exxon. Acordos com a Chevron e a alemã RWE fracassaram. A Turquia estima que suas reservas cheguem a 10 bilhões de barris, além de 1,5 trilhão de metros cúbicos de gás natural. O acordo prevê a entrega de dragas para perfuração de águas profundas. Uma produção começaria apenas em 2015.
Jorge Zelada, diretor de Assuntos Internacionais da Petrobras, confirmou que uma primeira sonda de exploração deve chegar à região onde ocorrerá a exploração já no final de 2009. "Fizemos nossos estudos e agora vamos ver se há mesmo o petróleo que se diz que existe", afirmou.
Lula elogiou a decisão da Petrobras de iniciar a colaboração com os turcos, apresentado a empresa aos empresários locais como "uma das maiores empresas do mundo" e com a melhor tecnologia de exploração de petróleo em alto mar. "Deus queira que a Petrobras encontre petróleo no Mar Negro para o bem da Turquia e da nossa Petrobras", disse.


Presidente surpreende ao tentar incentivar comércio bilateral

O presidente brasileiro surpreendeu os empresários turcos ao dizer que, no Brasil, todo vendedor de roupa ou de qualquer outro produto que passe de casa em casa é conhecido como "turco". "No Brasil, tem uma coisa interessante que vocês precisam conhecer", disse Lula em um seminário com empresários locais. "Apareceu alguém vendendo algo na porta de um brasileiro, ele sabe que é um turco que está vendendo", afirmou, sem qualquer reação da plateia.
O presidente ainda tentou explicar. "Qualquer vendedor que for vender um produto na casa das pessoas, prontamente ele é chamado de turco. Eu não sei se é o turco nascido em Istambul ou no tempo do Império Otomano, nascido na Arábia Saudita ou no Líbano", disse. "É preciso fazer jus a essa especialidade de comercializar do povo turco para que possamos estreitar as relações comerciais entre o Brasil e a Turquia", emendou. Lula ainda fez alguns empresários se impressionarem ao anunciar que o Brasil tinha 17 milhões de quilômetros de fronteira terrestre.
Lula é o primeiro presidente brasileiro a visitar a Turquia. O único chefe de Estado que havia passado pelo país foi Dom Pedro II, em 1875. O objetivo de Lula é ampliar o comércio entre os dois países e, para incentivar a plateia turca, que incluia o presidente da Câmara de Comércio da Turquia, Rifat Hisarciklioglu, tentou explicar o uso do termo no País.


Empresários turcos devem visitar o Brasil neste semestre

Uma comitiva de 200 empresários turcos deve visitar o Brasil neste semestre, para participar de um evento em São Paulo. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan também manifestou intenção de visitar o Brasil em 2009, aproveitando a realização de mais uma conferência da Aliança das Civilizações. Esse é um dos resultados do Seminário Empresarial Brasil-Turquia, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou em Istambul.
Para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, as relações com a Turquia estão aquém do possível. Ele citou como exemplo o fato de a Turquia comprar carne e frango brasileiros da Síria. "Essa viagem foi importante por abrir as portas. Comércio exterior se faz assim, com muita visita, conhecendo um ao outro. Por que não vendíamos carne diretamente para os turcos?", afirmou o ministro.
O esforço da comitiva brasileira é incrementar o comércio com a Turquia, que ocupa o 51º lugar no ranking dos parceiros comerciais do Brasil, apesar de estar entre as 20 maiores economias do mundo. Além de ampliar o mercado turco para os produtos brasileiros - especialmente nas áreas de infraestrutura, petróleo, aviões e alimentos - o governo brasileiro vê o país como uma ponte estratégica para aumentar o comércio com os países ao Sul da Rússia, integrantes da antiga União Soviética, como a Ucrânia e o Cazaquistão.

Fonte: Jornal do Comércio

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