Mais de 40 empresas e entidades setoriais brasileiras vão acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na visita que ele fará à Arábia Saudita neste final de semana. Entre os integrantes da delegação estarão representantes de companhias do porte de Petrobras, Vale do Rio Doce, Marcopolo, Randon, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Sadia, Perdigão e Avibras.
"A visita do presidente pode abrir muitas oportunidades de negócios", disse o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, que também estará na missão. "O aval político ajuda as causas comerciais", acrescentou.
Mesmo com a redução do preço do petróleo, com a crise internacional o governo saudita decidiu ampliar os gastos públicos no ano fiscal de 2009, prevendo inclusive a ocorrência de déficit orçamentário. O objetivo é tentar manter a economia aquecida.
Schahin destacou, por exemplo, que existe no país um projeto de construção de seis novas cidades. O plano tem como meta descentralizar a ocupação populacional, hoje muito concentrada na capital Riad e em Jeddah, que é o principal centro econômico. "Isso representa uma oportunidade imensa para empresas que atuam nas áreas de construção, engenharia e infraestrutura", afirmou.
O embaixador do Brasil em Riad, Sérgio Luiz Canaes, disse à ANBA que há grande expectativa no país em torno da visita de Lula, que será recebido pelo rei Abdullah Bin Abdulaziz Al Saud. "Há uma sintonia grande entre os dois chefes de estado", afirmou o diplomata.
Ele ressaltou que os dois países, ambos grandes economias em desenvolvimento, têm interesses em comum que ainda não foram totalmente explorados, especialmente nas áreas de comércio e investimentos. Brasil e Arábia Saudita fazem parte do G-20 financeiro, grupo das 20 maiores economias do mundo que está à frente da busca de soluções para a crise global.
Lula viaja acompanhado do chanceler Celso Amorim, do ministro do desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Franklin Martins, e de seu assessor para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.
Além do encontro com o rei e da assinatura de acordos bilaterais, Lula vai se reunir com o secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), Abdulrahman Al Attiyah. O GCC é o bloco econômico que reúne Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã, e negocia atualmente um acordo de livre comércio com o Mercosul.
Negócios
O presidente vai também participar de encontros voltados à área empresarial, como um café da manhã na Saudi Arabian General Investment Authority (Sagia), a agência de investimentos do país, e um almoço na Câmara de Comércio e Indústria de Riad. Lula vai ainda visitar um centro de ciência e tecnologia e um museu.
No setor privado, os empresários da delegação brasileira vão participar de rodadas de negócios com representantes de companhias sauditas. De acordo com Canaes, são esperados cerca de 100 empresários do país árabe.
Entre as empresas brasileiras que vão integrar a missão está a Randon, fabricante de implementos rodoviários e autopeças. "Queremos ampliar nossos negócios com a Arábia Saudita, que é um grande mercado para o qual já vendemos", disse o diretor da companhia para o Oriente Médio, Jascivan Carvalho.
Além de exportar diretamente, a Randon tem linhas de montagens, em parceria com empresários locais, no Marrocos e na Argélia. Ela estuda implementar negócios semelhantes em outros países árabes, inclusive na região do Golfo.
Acordos
Paralelamente aos encontros empresariais, a Câmara de Comércio Árabe Brasileira vai assinar um acordo de cooperação para promoção de comércio e investimentos com a Câmara de Riad. Na mesma linha, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) vai firmar convênios com o Conselho das Câmaras de Comércio e Indústria da Arábia Saudita, com a Câmara de Riad e com a Câmara de Comércio e Indústria de Jeddah.
Segundo o gerente-executivo de comércio exterior da CNI, José Frederico Alvarez, os acordos tratam da cooperação entre as entidades e prevêem ações como a troca de informações sobre a indústria de cada país e o apoio a missões e outros eventos de promoção comercial.
Fonte: www.anba.com.br
Mais de 40 empresas acompanham Lula em viagem à Arabia Saudita
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