Em meio à discussão sobre os riscos de os investidores migrarem dos fundos para a caderneta de poupança, devido à maior atratividade da aplicação, o que se vê hoje no mercado é outra realidade. Tanto neste mês quanto no acumulado do ano, a poupança sofre com saques de recursos, enquanto os fundos atraem investidores. Em março, até o dia 16, a poupança registra saques líquidos de R$ 884 milhões, sendo, por enquanto, o mês mais fraco desde abril passado. No ano, a captação líquida (diferença entre saques e aplicações na poupança) está negativa em aproximadamente R$ 620 milhões, segundo dados do Banco Central.
Ao menos por enquanto, os fundos ainda mantêm a preferência dos investidores. No ano, o mercado de fundos registra captação positiva de R$ 9,49 bilhões. No mês, até o dia 16, a entrada de recursos nos fundos alcança R$ 4,61 bilhões. "Mas vejo uma ameaça de migração de recursos dos fundos para a poupança em um futuro próximo. Como espera-se que a taxa Selic prossiga em queda, os ganhos dos fundos vão encolher e diminuir sua competitividade em relação à poupança. Se isso não começou a ocorrer ainda, o risco é eminente", diz Mauro Calil, professor e educador financeiro.
A poupança teve em fevereiro um de seus menores retornos da história. Com rentabilidade de 0,545%, aproximou-se de sua mínima histórica, os 0,524% pagos em fevereiro do ano passado. Naquele período, o governo fez exatamente o inverso do que se espera que faça agora: tomou medidas para garantir que os ganhos da poupança fossem de ao menos
0,5% ao mês.
Como a poupança tem esse piso de 0,5% ao mês e os fundos, não, o impacto da continuidade da queda da taxa básica de juros não poderá ser evitado. Um dos grandes problemas enfrentados pelos fundos é a cobrança de IR e de taxa de administração, que não incidem sobre a poupança. Ou seja, a rentabilidade líquida dos fundos - computada após os descontos de taxas e impostos - pode ficar abaixo do que é oferecido pela poupança em breve.
Apenas a taxa de administração consome uma parcela que pode ser bem elevada do retorno de um fundo. Essa taxa costuma oscilar entre 1% e 4% anuais. Com os juros a 10% (ou menos que isso) daqui a alguns meses, como projeta o mercado, o impacto da taxa de administração vai ser ainda maior. "O pequeno investidor não se preocupa muito com essas contas. Mas os grandes, sim. E o problema vai surgir quando esses grandes aplicadores resolveram trocar os fundos pela poupança", afirma Calil.
Uma migração descontrolada dos fundos para a poupança não interessa nem aos bancos nem ao governo. Para os bancos, uma das perdas viria da diminuição dos ganhos com taxa de administração. Para o governo, os fundos são importantes por serem grandes compradores de títulos públicos. Com a taxa Selic em 11,25% ao ano, os fundos DI ou de renda fixa que cobram uma taxa de administração acima de 2% já começam a
perder para a poupança.
Ao menos por enquanto, os fundos ainda mantêm a preferência dos investidores. No ano, o mercado de fundos registra captação positiva de R$ 9,49 bilhões. No mês, até o dia 16, a entrada de recursos nos fundos alcança R$ 4,61 bilhões. "Mas vejo uma ameaça de migração de recursos dos fundos para a poupança em um futuro próximo. Como espera-se que a taxa Selic prossiga em queda, os ganhos dos fundos vão encolher e diminuir sua competitividade em relação à poupança. Se isso não começou a ocorrer ainda, o risco é eminente", diz Mauro Calil, professor e educador financeiro.
A poupança teve em fevereiro um de seus menores retornos da história. Com rentabilidade de 0,545%, aproximou-se de sua mínima histórica, os 0,524% pagos em fevereiro do ano passado. Naquele período, o governo fez exatamente o inverso do que se espera que faça agora: tomou medidas para garantir que os ganhos da poupança fossem de ao menos
0,5% ao mês.
Como a poupança tem esse piso de 0,5% ao mês e os fundos, não, o impacto da continuidade da queda da taxa básica de juros não poderá ser evitado. Um dos grandes problemas enfrentados pelos fundos é a cobrança de IR e de taxa de administração, que não incidem sobre a poupança. Ou seja, a rentabilidade líquida dos fundos - computada após os descontos de taxas e impostos - pode ficar abaixo do que é oferecido pela poupança em breve.
Apenas a taxa de administração consome uma parcela que pode ser bem elevada do retorno de um fundo. Essa taxa costuma oscilar entre 1% e 4% anuais. Com os juros a 10% (ou menos que isso) daqui a alguns meses, como projeta o mercado, o impacto da taxa de administração vai ser ainda maior. "O pequeno investidor não se preocupa muito com essas contas. Mas os grandes, sim. E o problema vai surgir quando esses grandes aplicadores resolveram trocar os fundos pela poupança", afirma Calil.
Uma migração descontrolada dos fundos para a poupança não interessa nem aos bancos nem ao governo. Para os bancos, uma das perdas viria da diminuição dos ganhos com taxa de administração. Para o governo, os fundos são importantes por serem grandes compradores de títulos públicos. Com a taxa Selic em 11,25% ao ano, os fundos DI ou de renda fixa que cobram uma taxa de administração acima de 2% já começam a
perder para a poupança.
Fonte: Jornal do Comércio