Segunda, 27 Janeiro 2025
Os trabalhadores do Consórcio Tatuoca, que trabalham na construção do Estaleiro Atlântico Sul, voltaram a paralisar as atividades reclamando das condições de trabalho. Os cerca de 2.000 funcionários alegaram que as empresas do consórcio Queiroz Galvão e Camargo Corrêa não respeitavam acordos trabalhistas. Funcionários e o consórcio ficaram até a noite de ontem negociando na Superintendência Regional do Trabalho (SRT) até chegar a um acordo.

A lista de reclamações era elevada. “Aqui tem área de risco e a gente trabalha sem receber periculosidade e insalubridade. Tem uma usina de concreto que foi instalada em local errado e fica soltando pó nos trabalhadores. O adicional noturno eles pagam 60%, quando deveria ser 100%”, queixou-se o funcionário José Roberto. O sindicalista Aldo Amaral, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Pesada (Sintepav), afirma que os problemas são muitos. “Quem está à frente é a Queiroz Galvão, uma empresa difícil de negociar”, disse.

A negociação na SRT foi longa. Ficou acertado que o consórcio vai disponibilizar uma ambulância próxima ao local de trabalho, melhorar a alimentação, fornecer de forma integral as ferramentas de trabalho e ainda corrigir as reclamações sobre desvio de função. Estava pendente a definição da participação nos lucros, que previa uma redução de 40% caso se atingisse um determinado número de acidentes de trabalho. “A empresa resolveu devolver esses 40% que não haviam sido pagos e a questão da insalubridade e periculosidade será analisada por um perito para definir os graus”, afirmou o superintendente substituto do Trabalho, Mário Cesar de Carvalho, que mediou o acordo.

A ação é dos funcionários que trabalham na construção do estaleiro, que já funciona antes mesmo de ficar totalmente pronto. O estaleiro Atlântico Sul possui seus próprios funcionários que trabalham no processamento de aço para a construção dos navios, que não foram afetados.

Em nota, no período da tarde, o consórcio afirmou ter sido surpreendida com a “paralisação nas suas atividades por parte de um grupo de trabalhadores do empreendimento”. A empresa reconheceu que estava em questionamento a forma como a participação nos lucros foi paga, que tem uma parcela geral e outra individual. “Apenas 200 contratados não foram contemplados, o que decorreu do não cumprimento de metas individuais, incluindo faltas ao trabalho”, havia dito o consórcio.

Fonte: Jornal do Commercio

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