Ao trabalhar novos negócios com clientes de peso como a CPFL Energia e o Grupo Cosan, líder do setor sucroalcooleiro no País, a Tele Design, que atua na área de telecomunicações e fornece equipamentos para infraestrutura de rede, viu seu faturamento dobrar no ano passado, sendo mantido o otimismo para os negócios este ano.
A companhia é uma das empresas do setor de tecnologia da informação (TI) que achou uma maneira de incrementar os negócios, mesmo em tempos de crise, ao migrar para o atendimento a empresas com capilaridade em cidades fora dos grandes centros. Segundo a direção da empresa, o bom desempenho também é refletido devido à vinda de profissionais especializados para a Tele, além de parcerias com fornecedores de tecnologia como 3COM e Websense, e o foco no atendimento de clientes do interior de São Paulo.
"Em 2009, o target dos negócios na área de redes corporativas são o aumento de serviço de suporte e outsourcing. Neste cenário de crise, vemos oportunidades de ajudar empresas a reduzir o custo operacional e aumentar a qualidade de seus serviços e produtos", destaca o diretor da empresa, Marcelo Pucci, em entrevista exclusiva ao DCI.
Com matriz em Campinas e filiais em Santo André (SP) e Belo Horizonte (MG), a empresa tem forte atuação no segmento de TV. A experiência da Tele Design reflete no crescimento de seus clientes, tendo como exemplos os seguintes resultados: 70.000 km de levantamento de campo; 40.000 postes cadastrados; 35.000 km de rede projetados; 16.000 km de rede construídos; 9.800 Pop’’s abordados e 50 sites integrados.
Outra empresa do segmento que comemora os resultados em 2008 é a RM Sistemas Campinas, empresa que atua com venda e implantação de projetos de softwares de gestão empresarial, além de prestar serviços de TI e consultoria em negócios. A RM Sistemas registrou crescimento de 64% em taxa de licenciamento de software e 115% em receita de serviços em 2008, com relação ao mesmo período do ano anterior.
A diretora de atendimento e relacionamento da RM Sistemas Campinas, Márcia Uehara, está otimista, mesmo com a crise, e espera crescer no mínimo 55% em 2009. Ela atribui o bom resultado e a possibilidade de continuar crescendo este ano pelo fato da empresa atingir um número muito grande de segmentos diversificados como indústria, comércio e serviços.
"Se algumas empresas que sofreram com a crise não vão investir, a gente imediatamente mira naquelas que precisam ganhar produtividade para poder sobreviver bem à crise, então essas vão comprar", diz. "Agora tem o advento da nota fiscal eletrônica. A gente sabe que tem um grande número de empresas que vão ter que cumprir a obrigação da nota fiscal eletrônica a partir de abril. Depois tem um grande movimento em setembro. Disso não dá pra fugir, então a gente já tem mapeado os clientes que vão precisar", completa.
A RM Sistemas que atua há 23 anos no mercado conta com uma carteira de mais de 280 clientes de pequeno, médio e grande porte. Entre os principais estão DPaschoal, Bandag, Alcar Abrasivos, Anglo Campinas, Grupo Bertin, Grupo Equipav, Campneus, Singer, Sucos Del Valle e Unimed Campinas, entre outras. Para 2009, a diretora aponta na manutenção de investimento no atendimento aos clientes com a oferta de soluções que visam revisão e otimização de processos, ações relacionadas à redução de custos e maior produtividade.
Capacitação
Voltada a soluções personalizadas em desenvolvimento e integração de sistemas e treinamentos de capacitação tecnológica, a Dextra Sistemas teve em 2008 um faturamento 16% superior ao ano anterior. Em 12 meses, a fábrica de software também conquistou mais 14 clientes e aumentou em quase 30% o quadro de colaboradores. O diretor da Dextra Sistemas, Eduardo Coppo, disse que a crise também deve ser sentida na empresa, mas mesmo assim prevê para este ano um faturamento igual ao de 2008.
Com relação ao crescimento, o executivo acredita que o crescimento será menor. "A nossa área vem de um aquecimento de vários anos consecutivos. No ano passado a gente mesmo com a crise poderia ter tido um faturamento maior e crescido mais que 16%, nós só não crescemos mais por falta de mão de obra especializada. A gente não prevê nenhuma queda no faturamento, mas a nível de crescimento vai ser bem menor. Se a gente conseguir crescer entre 8% e 10% este ano já vai ser um grande feito", diz
A Dextra Sistemas comemorou o primeiro contrato firmado no mercado internacional, após associar-se ao consórcio brasileiro de exportação de software ActMinds no segundo semestre de 2008. Em 2007, o ActMinds faturou mais de R$ 111 milhões. "Nossa iniciativa dentro do ActMinds está muito focada no mercado norte-americano, e por isso prevemos dificuldades adicionais para conseguirmos novos contratos em 2009. A vantagem é que o grupo está bem estruturado; é hora de arregaçar as mangas e buscar um posicionamento no exterior, mostrando que podemos ser uma alternativa de custo melhor para as próprias empresas estrangeiras viabilizarem seus negócios em um momento de crise", explica Eduardo Coppo.
Participam do consórcio ActMinds as empresas BluePex, Ci&T, Fitec, HST, IPS, Tele Design, Alimine, Automídia, Compera nTime, Dextra Sistemas, Nextview Technologies, entre outras. Desde a sua criação, o consórcio conta com o apoio integral da ApexBrasil - Agência de Promoção de Exportações e Investimentos - em ações de marketing e vendas no mercado externo.
A Hitachi Data Systems Corporation (HDS), especializada em Soluções de Armazenamento, notou a falta de mão-de-obra especializada no mercado de tecnologia e passou a oferecer cursos profissionalizantes em implementação, arquitetura, administração e gerenciamento de armazenamento de dados (storage) . A oferta contará com temas como sistemas operacionais e suítes.
Fonte: DCI