O presidente da Associação dos Agricultores de Serraria, José Luiz dos Santos, diz que a comunidade abriga 600 famílias e reclama da demora no andamento do Projeto Morador (coordenado pela Companhia Estadual de Habitação e Obras), que vai regularizar as habitações em Suape. Hoje, pelo menos 10 mil pessoas habitam o território do complexo.
“Essas famílias que tiveram suas casas incendiadas estão morando na casa de parentes”, conta José Luiz. O incêndio aconteceu por volta do meio-dia e nenhum dos nove integrantes das duas famílias estavam nas residências. A diretoria de Suape confirma que na quarta-feira, a vigilância de Suape esteve em Serraria e fez a notificação de construções irregulares no local.
“Estamos contando com o apoio da Polícia Civil na investigação do caso. A orientação do governo tem sido tratar as comunidades com respeito e jamais agir com violência. Mas é verdade que temos intensificado a fiscalização, porque não vamos contribuir para a criação de uma indústria da invasão. Não queremos que Suape vire uma espécie de Serra Pelada, onde todo mundo quer ter um pedaço de terra para depois pedir indenização”, enfatiza o superintendente de Gestão Fundiária e Patrimonial de Suape, Inaldo Campelo.
Antes de encerrar seu mandato, o ex-governador José Mendonça Filho deixou uma lei que desapropriava uma área em Suape em favor da Cehab para realizar o Projeto Morador. A iniciativa abrangeria as comunidades de Suape, Tiriri, Vila Claudete e Massangana. O projeto está atrasado. Em dois anos do governo Eduardo Campos, sequer foi concluído o diagnóstico das moradias. A Cehab chegou a contratar a consultoria para realizar o levantamento, mas o presidente da companhia, Amaro João, diz que a demora foi motivada pela complexidade do projeto. Campelo adianta que na próxima semana esse diagnóstico será apresentado e afirma que também será discutida a possibilidade de Suape fazer parte do projeto de 500 mil moradias anunciado recentemente pelo governo federal.
Fonte: Jornal do Commercio