O presidente da Fricon, Fernando Romaguera, diz que as demissões foram motivadas pela retração do consumo. “Nosso clientes são em grande parte multinacionais, que colocaram o pé no freio e estão repensando seus investimentos”, observa. Na carteira de clientes estão companhias como Unilever (Kibon), Nestlé e Häagen-Dazs, além de empresas regionais e nacionais, como Zeca’s, Nobel e Schincariol. O empresário explica que mesmo estando na temporada de verão, quando as indústrias de sorvetes e cervejarias aumentam as vendas, as encomendas dos freezers para esse período já aconteceram. “Agora deveriam começar os pedidos para a temporada pós-verão, que sazonalmente já têm uma diminuição, mas fatores como a crise e a própria lei seca agravaram a situação”, analisa. Nessa mesma época do ano passado, a Fricon não dispensou funcionários, mas em 2007 também ocorreram cortes.
A Fricon, que empregava cerca de 450 funcionário, está com um quadro de 300. Se a demanda não reagir, Romaguera espera fechar 2009 com uma queda de 35% na produção. A indústria, que fabricava uma média de 420 freezers por dia, viu esse número despencar para 260. Se continuar nesse ritmo, a unidade vai encerrar este ano utilizando apenas 36% de sua capacidade instalada, quando no ano passado esse índice foi de 50%.
“Preferimos demitir e continuar garantindo os mesmos benefícios aos trabalhadores que permanecem, como plano de saúde, cesta básica e alimentação”, frisa. O empresário adianta que vai retomar as contratações assim que o mercado voltar a ficar aquecido. “A saída da multinacional americana Hussmam do mercado brasileiro de freezers, com o fechamento de suas unidades no Paraná e em São Paulo, também vai deixar um espaço para as demais empresas do setor”, acredita. Romaguera também aposta nas exportações como uma alternativa para superar a crise. “Como o euro se valorizou na Europa, os nosso produtos acabam chegando mais baratos lá fora”, diz.
Fonte: Jornal do Commercio