Segunda, 23 Junho 2025

O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) terá um concorrente “virtual” na disputa pela encomenda de quatro navios do tipo Suezmax e três Aframax da segunda fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef II) da Transpetro. O Estaleiro Ilha S.A. (Eisa) apresentou propostas de construção dos dois lotes de embarcações, que também são disputados pelo EAS, para montar num estaleiro que ainda não existe.

A mesma estratégia foi utilizada pelo Atlântico Sul na primeira fase do Promef. Mesmo sem ter nem iniciado a construção do empreendimento, o EAS venceu a licitação com a obrigação de, ao mesmo tempo, construir um estaleiro do zero, montar uma equipe, treinar funcionários e desenvolver o projeto dos navios.

A estratégia foi bem sucedida. O EAS ganhou a licitação para construir dez navios Suezmax e ainda conseguiu levar outros cinco navios Aframax, que foram conquistados na licitação pelo consórcio Rio Naval. Como este consórcio não conseguiu espaço suficiente para fazer os navios no Rio de Janeiro, a Transpetro colocou a encomenda dos Aframax para Pernambuco, aumentando em US$ 517 milhões a carteira do EAS.

Agora, o Eisa utiliza da mesma estratégia para tentar vencer o EAS. Começar um estaleiro do zero tem as vantagens de poder planejar melhor o leiaute e já adaptá-lo para tecnologia de ponta, o que nem sempre é possível fazer nas instalações de estaleiros que hoje operam no Rio de Janeiro.

O Eisa tem em carteira cerca de US$ 1,5 bilhão em encomendas, incluindo a produção de dez navios para a PDVSA. A empresa é controlada por German Efromovich, também dono do Estaleiro Mauá (o primeiro do Brasil) e das empresas de aviação Ocean Air e Avianca. Neste Novo Eisa, como já está sendo chamado, o grupo teria intenção de investir, pelo menos, US$ 500 milhões, que teria também capacidade de construir plataformas de petróleo e navios de apoio. O local mais cotado é o Norte do Rio de Janeiro.

“Ficamos extremamente satisfeitos com a aprovação de nossas propostas técnicas para os lotes em que estamos concorrendo. Porém, ainda não sabemos o resultado da licitação do Promef II. Portanto, o jogo continua”, afirmou o presidente do EAS, Ângelo Belellis. Agora, a Transpetro vai se debruçar sobre a análise dos preços das embarcações. Não há data definida para anunciar os vencedores, mas o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, afirmou que quer anunciá-los o mais rápido possível.

A produção de navios no Brasil ainda é mais cara do que se a Transpetro fosse encomendar o navio fora. Mas, como a aquisição é financiada pelo Fundo de Marinha Mercante (FMM), uma linha de crédito subsidiada, a diferença entre o preço cai.

A Transpetro espera que o Promef II gere 18 mil empregos. Sérgio Machado afirmou que os investimentos são mantidos independente de crise. “Isso é um investimento estrutural, para daqui a quatro ou cinco anos. É um setor que gera emprego e é estratégico”, afirmou.

Fonte: Jornal do Commercio

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