Quinta, 30 Janeiro 2025
A movimentação de cargas em Pernambuco já garantiu um forte crescimento em 2008, mas a desaceleração mundial do comércio externo começou a mostrar impactos desde novembro. Segundo o presidente do Terminal de Contêineres de Suape (TECON), Sérgio Kano, a queda no volume no mês passado foi de 20% em relação a outubro. Mundialmente, os fretes também caíram de preço, já que a demanda está menor. “Houve uma redução significativa de outubro para novembro. As importações caíram muito por causa do dólar e alguns exportadores não conseguiram vender por falta de crédito”, diz Kano.

O crescimento mais forte do País até outubro vai garantir ao Tecon bater suas metas para 2008. Inicialmente, a empresa filipina ICTSI projetava movimentar 270 mil TEUS (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) em Pernambuco, mas deve chegar a 300 mil TEUS. “O reflexo maior será observado em 2009, caso a crise persista no mundo”, diz o executivo.

O presidente do Sindaçúcar, Renato Cunha, confirma que os fretes internacionais começaram a cair, já que a demanda menor por causa da recessão em importantes países libera espaço em navios. No entanto, ele espera que um dos principais produtos da pauta pernambucana não seja tão afetado. Ao contrário do minério de ferro, que tem sua demanda atrelada ao crescimento econômico, o consumo de produtos agrícolas continua mesmo com a crise. “Pode até diminuir o consumo indireto, mais sofisticado, em refrigerantes e sobremesas. Mas o consumo continua”, avalia Cunha. Entretanto, ele também afirma que a trade inglesa EDF & Man, que planeja construir um terminal açucareiro em Suape, já indicou que o projeto pode atrasar. “Eles tomaram a decisão de não cancelar o investimento, mas deve haver um retardamento. O período inicial de 2009 será importante. Está todo mundo curioso em relação aos rumos da economia nacional”, diz.

Para o professor universitário e comandante reformado da Marinha Roberto Medeiros, os reflexos da crise estão rapidamente chegando ao setor marítimo. “Por conta das expectativas ruins, as pessoas estão tomando decisões antecipadas. A crise está chegando numa velocidade maior e afetando a economia real”, diz. Como a demanda grandes compradores, como a China, caiu, também diminuiu o preço do frete internacional. Em algumas rotas a queda não foi maior por causa do custo com seguro para os navios que passam na área dominada pela pirataria. “As ações de pirataria no Oceano Índico aumentou o seguro. Ou, para os navios que se distanciam do local, aumentou o custo com combustível”, afirma.

Fonte: Jornal do Commercio - 11 DEZ 08

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