Sexta, 31 Janeiro 2025

O país pode não alcançar a meta de exportações de US$ 202 bilhões neste ano, admitiu ontem (1º) o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Welber Barral. Segundo ele, a queda acentuada no preço do petróleo nas últimas semanas e a destruição do porto de Itajaí, danificado pelas chuvas em Santa Catarina, criarão dificuldades para o Brasil atingir o valor previsto.

Mesmo que as exportações fiquem abaixo do estimado, o secretário disse que o resultado, de qualquer forma, será positivo. "Se não alcançarmos a meta, chegaremos muito perto. Devemos encerrar o ano com pelo menos US$ 200 bilhões em vendas externas, o que já será recorde", afirmou Barral, ao comentar o resultado da balança comercial em novembro.

De janeiro a novembro, as exportações somaram US$ 184,125 bilhões. Para alcançar a meta de US$ 202 bilhões, o país necessitaria vender para o exterior US$ 16 bilhões neste mês. Para isso, o Brasil precisaria exportar cerca de US$ 2 bilhões a mais que os US$ 14,2 bilhões registrados em dezembro do ano passado, em pleno cenário de queda no nível de comércio internacional, tanto nas exportações como nas importações.

No mês passado, o país registrou saldo positivo de US$ 1,613 bilhão na balança comercial, resultado de exportações de US$ 14,753 bilhões e importações de US$ 13,140 bilhões. Para novembro, os valores são recordes, mas representaram menos que o esperado pelo Ministério do Desenvolvimento.

Levando em conta os fatores sazonais, que consideram as oscilações típicas de índices conforme a época do ano, o governo esperava queda de 2% nas exportações de outubro a novembro. As vendas externas, no entanto, caíram 12,3% no mês. Em relação às importações, o ministério estimava alta de 6%, mas a queda foi de 16,5%.

Segundo Barral, o maior fator para a diminuição das exportações foi a queda abrupta no preço do petróleo, cujo barril passou de US$ 99,7 em outubro para US$ 65,1 em novembro e trouxe impacto negativo de US$ 600 milhões. Ele também apontou a redução nos embarques de minério de ferro, provocada principalmente por uma disputa entre a mineradora Vale do Rio Doce e importadores chineses, que reduziu as vendas em US$ 490 milhões.

O secretário também destacou a paralisação do porto de Itajaí, de onde saem 4% das exportações brasileiras, por causa da enchente em Santa Catarina. Inoperante desde o último dia 21, a unidade deixou de exportar US$ 370 milhões em apenas dez dias. De acordo com a Secretaria Especial de Portos, será preciso de 30 a 60 dias para que o porto volte a funcionar em 50% da capacidade. A reconstrução completa levará pelo menos um ano e meio.

Barral evitou fazer projeções para 2009, mas admitiu que o país terá mais dificuldade em manter o ritmo das vendas externas no próximo ano. "Uma queda nas exportações em 2009 dependerá justamente do segundo semestre do próximo ano. O primeiro semestre será muito difícil. Esperamos que com o processo de liberalização comercial que o semestre seguinte seja melhor", avaliou.

MG, MT E MS VOLTAM A EXPORTAR CARNE PARA EUROPA

Os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais já podem exportar carne bovina in natura para a União Européia. De acordo com publicação oficial do bloco, a liberação do comércio com essas regiões começou a valer ontem (1º).

No início do ano, o país sofreu com falhas no Sistema de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), que foram responsáveis pelo embargo da carne bovina brasileira decretado pela União Européia. Com a habilitação dos três estados aumenta em 40 milhões de cabeças o rebanho que pode ser comercializado para a Europa, contanto que as propriedades de origem sejam Estabelecimentos Rurais Aprovados no Sisbov (Eras).

O país tem, a partir de agora, aproximadamente 130 milhões de bovinos com exportação aprovada. Até ontem, eram 608 propriedades certificadas nos estados de Espírito Santo, Goiás , Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso. Com a decisão do bloco, serão incluídas as regiões norte e sul mato-grossenses, mais 287 municípios mineiros que não estavam habilitados e o estado de Mato Grosso. Neste último, continua excluída a faixa de 15 quilômetros ao longo de toda a fronteira com o Paraguai.

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Inácio Kroetz, ressaltou que "a decisão representa o reconhecimento dos esforços do serviço veterinário brasileiro". De acordo com o Ministério, as auditorias realizadas nas propriedades de criação de gado bovino foram intensificadas, assim como os serviços estaduais de Defesa Agropecuária, o que tem levado à habilitação de novas eras para o comércio com a União Européia.

CRESCIMENTO DE APENAS 0,5% EM 2009

A economia brasileira pode crescer apenas 0,5% no próximo ano, de acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado ontem (1º). Num cenário otimista, o crescimento brasileiro seria de 3% em 2009. As informações são da BBC Brasil.

O cenário pessimista traçado pela ONU prevê a manutenção da turbulência nos mercados financeiros mundiais e um declínio ainda maior na concessão de empréstimos nos países desenvolvidos, além de uma crise de confiança prolongada na economia global.

As previsões do relatório para a economia mundial têm como base dois cenários econômicos. No cenário básico, pessimista, os mercados financeiros voltam ao normal no prazo de até nove meses e os países desenvolvidos anunciam novos pacotes de estímulo à economia. No segundo cenário, chamado de otimista, mantêm-se as condições do primeiro e acrescentam-se previsões com pacotes de estímulo econômico de 1,5% a 2% do PIB (Produto Interno Bruto - a soma de bens e serviços produzidos mundialmente) e novos cortes nas taxas de juros.

A economia mundial teria um crescimento de 1% em 2009 no cenário básico, e de 1,6% no cenário otimista. O documento diz que no cenário pessimista as economias dos países desenvolvidos podem cair 1,5% no ano que vem, com queda de 1,9% no PIB dos Estados Unidos, 1,5% no da Zona do Euro e 0,6% no Japão. As economias dos países em desenvolvimento teriam um crescimento entre 2,7%, no cenário pessimista, e de 5,1% no cenário otimista.

O documento adverte que a comunidade internacional ignorou o impacto da crise financeira sobre os países mais pobres, que agora enfrentam custos mais altos para o crédito e menor crescimento das exportações.

O relatório com as previsões econômicas, publicado em janeiro, foi antecipado neste ano para coincidir com a Conferência da ONU sobre Financiamento e Desenvolvimento, que termina hoje (2/11), em Doha, capital do Catar.

Fonte: Agência Brasil/Agrosoft Brasil

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