Uma das empresas que espera um aumento na produção gaúcha de etanol é a Braskem, que recentemente anunciou um investimento de R$ 1 bilhão nos próximos três anos para a produção de polietileno verde (criado a partir do álcool de cana) em sua unidade de Triunfo. "Nós apoiamos a produção gaúcha de etanol, não só por fomentar a indústria local, mas também por causa dos menores custos logísticos que ela gera", afirma Leonora Novaes, gerente de contas do projeto de polímeros verdes da companhia.
O motivo da expectativa da empresa em começar a adquirir álcool gaúcho é a previsão de consumo de 700 milhões de litros do combustível para 2010, dos quais 450 milhões serão destinados para a fabricação do polietileno verde. A Braskem projeta uma produção de 200 mil toneladas por ano do produto, das quais 50 mil já estão reservadas para clientes na Ásia, como a Shiseido, uma das maiores empresas de cosméticos japonesas. "Já temos diversos pedidos de acordo, não só no exterior, mas no Brasil também, através da nossa parceria com a Brinquedos Estrela, que já produz o Banco Imobiliário com polímeros verdes", afirma Leonora.
Segundo a gerente, a principal vantagem deste novo produto é que possui todas as características de um polímero normal, mas é obtido através de uma fonte renovável de energia. "Além disso ele captura e seqüestra CO2 e portanto é uma alternativa para indústrias e países que têm como meta redução de emissão de gases do efeito estufa", explica.
Agroenergia tem força para diversificar o campo
A importância da diversificação da agricultura gaúcha para incluir a produção de biocombustíveis foi um dos temas de destaque do segundo dia do Simpósio Estadual de Agroenergia e da 2ª Reunião Técnica de Pesquisa em Agroenergia, que acontece no Salão de Convenções da Fiergs. O evento se encerra hoje, com a participação dos ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.
Segundo Waldyr Stumpf, chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, uma das promotoras do seminário, os investimentos no setor deverão alterar o potencial das pequenas unidades rurais gaúchas. De acordo com ele, os projetos da Embrapa no Estado possuem duas vertentes. A primeira é produção de oleaginosas para biodiesel, e a outra é a busca de alternativas para a fabricação de etanol. "Atualmente os investimentos gaúchos em agroenergia estão muito focados na soja, então estamos trabalhando outras culturas, como girassol, mamona, pinhão manso, além da cana-de-açúcar para etanol, que recentemente teve seu zoneamento agrícola completado", afirma.
Stumpf disse também que, ao contrário do que muitos acreditam, a expansão do uso de terras no Brasil para a produção de agroenergia não está em competição com os alimentos. "O que queremos é diversificar a matriz produtiva, para que os produtores diminuam seus riscos e aumentem renda", explica. Esta também é a opinião de Jaime Finguerut, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). Segundo ele, isso só ocorre no exterior, devido aos combustíveis produzidos a partir de milho ou outros cereais. "Esses biocombustíveis têm impacto não só no preço, mas também na disponibilidade de alimentos no mundo inteiro. No entanto, eles não têm perspectiva de crescimento, pois necessitam de subsídios", explica.
Para Finguerut, o mercado mundial de biocombustíveis deverá voltar seus investimentos para as áreas tropicais do mundo, em busca de plantas mais lucrativas. "O Brasil é o líder do desenvolvimento em agroenergia dentro dessa área, que vai dar as cartas para o mundo em termos de alimento e energia", afirma.
No entanto, este processo deverá ser longo, devido aos interesses dos produtores dos países do Hemisfério Norte em manter seus subsídios. Um exemplo é nos Estados Unidos, onde o resultado da última eleição presidencial deverá influenciar na política agroenergética. "Barack Obama é de Illinois, um estado da região produtora de milho naquele país, e o foco do Partido Democrata é manter esse esquema de suporte à produção. No entanto, a produção de álcool via milho, apesar de ser a maior do mundo, não é sustentável, pois depende de recursos governamentais", lembrou Finguerut.
O motivo da expectativa da empresa em começar a adquirir álcool gaúcho é a previsão de consumo de 700 milhões de litros do combustível para 2010, dos quais 450 milhões serão destinados para a fabricação do polietileno verde. A Braskem projeta uma produção de 200 mil toneladas por ano do produto, das quais 50 mil já estão reservadas para clientes na Ásia, como a Shiseido, uma das maiores empresas de cosméticos japonesas. "Já temos diversos pedidos de acordo, não só no exterior, mas no Brasil também, através da nossa parceria com a Brinquedos Estrela, que já produz o Banco Imobiliário com polímeros verdes", afirma Leonora.
Segundo a gerente, a principal vantagem deste novo produto é que possui todas as características de um polímero normal, mas é obtido através de uma fonte renovável de energia. "Além disso ele captura e seqüestra CO2 e portanto é uma alternativa para indústrias e países que têm como meta redução de emissão de gases do efeito estufa", explica.
Agroenergia tem força para diversificar o campo
A importância da diversificação da agricultura gaúcha para incluir a produção de biocombustíveis foi um dos temas de destaque do segundo dia do Simpósio Estadual de Agroenergia e da 2ª Reunião Técnica de Pesquisa em Agroenergia, que acontece no Salão de Convenções da Fiergs. O evento se encerra hoje, com a participação dos ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.
Segundo Waldyr Stumpf, chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, uma das promotoras do seminário, os investimentos no setor deverão alterar o potencial das pequenas unidades rurais gaúchas. De acordo com ele, os projetos da Embrapa no Estado possuem duas vertentes. A primeira é produção de oleaginosas para biodiesel, e a outra é a busca de alternativas para a fabricação de etanol. "Atualmente os investimentos gaúchos em agroenergia estão muito focados na soja, então estamos trabalhando outras culturas, como girassol, mamona, pinhão manso, além da cana-de-açúcar para etanol, que recentemente teve seu zoneamento agrícola completado", afirma.
Stumpf disse também que, ao contrário do que muitos acreditam, a expansão do uso de terras no Brasil para a produção de agroenergia não está em competição com os alimentos. "O que queremos é diversificar a matriz produtiva, para que os produtores diminuam seus riscos e aumentem renda", explica. Esta também é a opinião de Jaime Finguerut, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). Segundo ele, isso só ocorre no exterior, devido aos combustíveis produzidos a partir de milho ou outros cereais. "Esses biocombustíveis têm impacto não só no preço, mas também na disponibilidade de alimentos no mundo inteiro. No entanto, eles não têm perspectiva de crescimento, pois necessitam de subsídios", explica.
Para Finguerut, o mercado mundial de biocombustíveis deverá voltar seus investimentos para as áreas tropicais do mundo, em busca de plantas mais lucrativas. "O Brasil é o líder do desenvolvimento em agroenergia dentro dessa área, que vai dar as cartas para o mundo em termos de alimento e energia", afirma.
No entanto, este processo deverá ser longo, devido aos interesses dos produtores dos países do Hemisfério Norte em manter seus subsídios. Um exemplo é nos Estados Unidos, onde o resultado da última eleição presidencial deverá influenciar na política agroenergética. "Barack Obama é de Illinois, um estado da região produtora de milho naquele país, e o foco do Partido Democrata é manter esse esquema de suporte à produção. No entanto, a produção de álcool via milho, apesar de ser a maior do mundo, não é sustentável, pois depende de recursos governamentais", lembrou Finguerut.
Fonte: Jornal do Comércio - 06 NOV 08