Já dizia o velho ditado que, depois da tempestade, sempre vem a bonança. Pois é nisso que parte da população de Peruíbe busca acreditar após a notícia de que a LLX suspendeu por tempo indeterminado os estudos para a construção do Porto Brasil em uma área de 19 milhões de metros quadrados. A Associação Comercial da Cidade (Aciep) e a Prefeitura local garantiram ao PortoGente que a interrupção dos estudos não durará muito tempo e esperam que tudo esteja normalizado em 2009, caso a crise mundial dê uma trégua.
A Estância Santa Cruz fica no meio da área comprada pela EBX, em
Peruíbe. Os impactos ambientais na região são sempre lembrados.
A prefeita Julieta Omuro (PMDB) foi contatada, mas preferiu se manifestar por meio de sua assessoria de imprensa. Mesmo assim, ela destacou que a situação deve mudar nos próximos meses e esse afastamento da LLX é temporário. Ao Poder Público, relatou Julieta, não resta outra alternativa senão esperar pelos próximos fatos e agir dentro da normalidade. Tanto que a audiência pública para discussão do porto de R$ 6 bilhões de Eike Batista está marcada para o dia 17.
“Estamos, dessa forma, atendendo ao desejo dos 80% de moradores de Peruíbe, que querem ver o Porto Brasil implantado na Cidade. Diferentemente do que andam dizendo por aí, eu nunca fui contra o porto, apenas estou fazendo o certo, que é disciplinar a sua chegada na esfera ambiental e exigindo contrapartidas que sejam satisfatórias ao morador de Peruíbe. E a área do Porto Brasil pode ser dividida entre LLX e Petrobras, só para citar um exemplo”.
O presidente da Associação Comercial de Peruíbe, Geraldo Bomvechio, conversou por telefone com o PortoGente e garantiu que a população não precisa temer uma fuga da LLX da Cidade. Ele foi um dos empresários atingidos com a súbita decisão do braço portuário do grupo EBX, pois estava ajudando a elaborar um showroom no Centro de Peruíbe e, pelo menos até o final do ano, este serviço está suspenso.
“Eu mesmo estou conversando diariamente com diretores da LLX e não há chance deles nos deixarem, assim, do nada. Foi apenas uma decisão estratégica de mercado, pois a queda de ações deles acabou sendo significativa e o câmbio volátil atrapalha a todos. O Porto Brasil não vai morrer agora, depois de tanta coisa que já foi feita. Tanto que estou me preparando para a Audiência Pública do dia 17 normalmente”.
Negócios
Apesar do clima de incerteza quanto ao Porto Brasil, as cifras ligadas às empresas de Eike Batista não param de subir. O aumento de capital planejado pela LLX Logística deve atingir cerca de US$ 300 milhões. A expectativa é que a operação se realize até o fim deste ano. O dinheiro obtido garantirá parte dos recursos necessários para o desenvolvimento dos portos do Açu e do Sudeste, ambos no Rio de Janeiro. O presidente da LLX, Ricardo Antunes, disse, na sexta-feira, que a operação já foi discutida com os acionistas, mas não quis antecipar números.
Segundo ele, o grupo controlador, formado por Batista e pelo fundo de pensão dos professores de Ontário, no Canadá, o OTPP, se comprometeu a participar do aumento de capital. Vale frisar que a ação da LLX fechou em R$ 1,20 na sexta-feira, com queda de 26%. Desde que se listou na bolsa, em 28 de julho, o valor das ações da empresa despencou 75%.
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Fonte: PortoGente - 07 OUT 08