Sexta, 31 Janeiro 2025

Apesar da crise financeira que insiste em rondar o mercado internacional, os portos brasileiros continuam ampliando seus serviços e atuando como porta de entrada e saída das mais diversas cargas. No Porto de Rio Grande (RS), oito mil bovinos foram embarcados no último final de semana rumo ao Líbano, no navio Almawashi, de bandeira panamenha. Ainda pouco comum nos portos do Sudeste e do Sul do País, a operação envolvendo gados vivos durou 24 horas e envolveu a participação de mais de 100 pessoas.

 

A carga viva realizará uma viagem de 20 dias até o Porto de Beirute, no Líbano, onde os bois serão desembarcados. Para se ter uma idéia da complexidade do embarque em solo rio-grandino, o segundo na história do porto local, trabalharam no transporte dos animais dezenas de arrumadores, conferentes, estivadores, funcionários da empresa exportadora e do operador portuário, tudo isso em pleno final de semana de eleições municipais.

 

Fotos: Alan Bastos/Porto do Rio Grande

Desde 2005, o Porto do Rio Grande já embarcou cerca de 140 mil bovinos.

 

Uma das principais exigências dos clientes árabes é de que os animais sejam de raças européias. A saúde – animais livres de doenças como a aftosa e a vaca louca - e a qualidade também são itens fundamentais para a negociação. De acordo com o responsável pela operação portuária e pelo despacho da Vanzin Serviços Aduaneiros, Leonardo Vanzin, todo o processo envolvendo os animais é controlado. Os bois são transportados de seu local de origem, nas propriedades rurais do Rio Grande do Sul, em caminhões fechados e próprios para esse tipo de movimentação.

 

No transporte até o cais de Rio Grande, uma grande delegação certifica as cautelas necessárias para a sobrevivência dos bois. Mesmo no interior dos navios, não são permitidos vacilos.

 

Um dos fatores que fazem do estado gaúcho um exportador de gado vivo é o alto investimento no setor de genética bovina. Devido ao alto grau de exigência dos clientes do exterior, é imprescindível que a criação dos animais resulte em uma carne adequada às tradições milenares do mundo árabe. Os órgãos envolvidos na fiscalização da mercadoria são os mesmos envolvidos com todos os outros tipos de produto. No entanto, o Ministério da Agricultura e a Anvisa mantêm atenção redobrada para que fatores externos não comprometam a saúde do gado e venham a prejudicar as relações comerciais do setor. 

 

Para chegar ao volume necessário para o embarque, a empresa Angus Trading, responsável pela exportação de bovinos, há mais de um mês vinha adquirindo os animais junto aos pecuaristas do Rio Grande do Sul. Após a compra, os bois foram confinados em uma propriedade da empresa localizada na Vila da Quinta. Deste local, os animais acabaram transportados em mais de 50 caminhões até o Porto de Rio Grande.

 

Segundo Vanzin, o embarque ocorreu dentro do normal, sem problemas operacionais. "A expectativa é que sejam realizadas, em pouco tempo, pelo menos duas exportações desse porte em Rio Grande". Para atender as exigências do Líbano, o gado será exportado vivo, com idade máxima de três anos. A última operação deste tipo tinha ocorrido em 30 de março. Desde 2005, o Porto do Rio Grande já embarcou cerca de 140 mil bovinos.

 

Fonte: PortoGente - 07 OUT 08

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