Sexta, 31 Janeiro 2025
A Caixa Econômica Federal (CEF) está determinada a vender o terreno da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) localizado no Cais José Estelita. Segundo o gerente da CEF responsável pela venda dos bens da RFFSA, Nagib Miguel Just, o banco está apenas cumprindo determinação da Secretaria do Patrimônio da União (SPU). Já o governo do Estado, que espera ocupar a área com um centro administrativo, torce pelo fracasso do certame.

A área da RFFSA foi transferida durante o processo de liquidação da rede ferroviária, para a SPU. A SPU então determina o que fazer com os imóveis. Neste caso, a SPU pediu à Caixa que leiloasse o bem, sendo os recursos obtidos transferidos para um fundo que foi criado para saldar os passivos da rede. “A única coisa que podemos, legalmente, é vender o imóvel”, afirma o gerente da CEF Nagib Miguel Just.

O valor do terreno foi fixado com preço mínimo de R$ 55,278 milhões. A área possui 101,7 mil m², contendo edificações em forma de galpões de armazenagem e outras pequenas benfeitorias. O processo de venda dos bens da RFFSA por parte da Caixa está no começo. “Já vendemos alguns imóveis no Paraná e Minas Gerais. O processo está no começo ainda”, afirma. Mas, apesar de estar em etapas iniciais e ser do interesse do governo de Pernambuco, a área será leiloada nesta sexta mesmo, defende o gerente da Caixa. “É o que determina a lei 11483/07, que extinguiu a RFFSA”, defende.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho, em entrevista ao Blog de Jamildo ontem, afirmou que desde abril negocia com a SPU a utilização da área para a criação de um centro administrativo do Estado. “Não conseguimos evitar o leilão, mas o mercado sabe que temos um projeto para aquela área. O mercado não vai se arriscar a comprar e fazer um projeto que pode receber severas restrições dos órgãos licenciadores”, ameaçou o secretário. Entretanto, o leiloeiro público Ronaldo Milan, responsável pela venda, afirmou ter seis empresas já habilitadas e outras quatro em processo de análise. “Estamos numa expectativa boa. O terreno tem uma vocação urbanística grande e entendo que os interessados vão melhorar o local”, afirmou ao JC. “É um terreno muito bom, muito nobre”, completou.

INTERESSE

Segundo o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) de Pernambuco, Marcello Gomes, o local é de altíssimo interesse comercial. “Há muitos anos que o mercado comenta que ali é uma excelente zona de expansão para a cidade. Nós temos naquele complexo a área intermediária entre a Zona Sul e Norte do Recife, próxima ao centro administrativo, tribunais e uma das mais belas vistas da cidade”, afirma.

Segundo ele, o local se presta para investimentos tanto comerciais quanto residenciais. “Eu acredito que se o preço atingir valores adequados - e não saberia estimar quanto é - é uma excelente opção”, acredita. Próximo dali já estão sendo erguidas duas torres de alto padrão da Moura Dubeux. “São investimentos que conseguiriam resgatar o centro da cidade, imprimir um dinamismo e tirar aquela degradação visual”, diz.

Fonte: Jornal do Commercio - 02 OUT 08

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