Sexta, 31 Janeiro 2025

Vitória. O campo de Jubarte, na Bacia de Campos, pode ter reservas de óleo e gás equivalentes à metade do volume de Tupi, ou cerca de quatro bilhões de barris de óleo equivalentes. Deste total, dois bilhões seriam de óleo pesado, na área superior à camada de sal, e outros dois bilhões de óleo leve, encontrados no pré-sal.

A informação já vinha circulando entre fontes do setor desde a cerimônia de retirada do óleo do pré-sal de Jubarte, no início de setembro, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e foi confirmada pelo governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, ontem.

Segundo Hartung, o volume de quatro bilhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás natural) foi confirmado pela própria Petrobras durante a visita à plataforma P-34, quando Lula esteve no local.

A estatal, no entanto, não comenta a informação e não divulga números relativos às reservas na área, alegando que eles estão em constante análise e ampliação.

´A Petrobras já furou quatro poços na área, está perfurando o quinto e terá ainda outros dois´, disse o governador. Segundo informações obtidas junto a fontes do setor - e não confirmadas por Hartung , a elevação do potencial de Jubarte fez, inclusive, com que a Petrobras revisse seus planos para o campo.

Atualmente, a área localizada no Parque das Baleias, em frente ao litoral capixaba, está produzindo 60 mil barris por dia, mas apenas um dos quatro poços está conectado aos reservatórios abaixo da camada de sal. De acordo com estas fontes, a idéia é que a plataforma P-34, que hoje está atuando em Jubarte, seja desconectada do pré-sal para ficar dedicada somente as áreas do pós-sal. A estratégia é levar para Jubarte o navio-plataforma FPSO Capixaba, que hoje está operando em Golfinho, para que esta unidade ficasse conectada aos sete poços do pré-sal em Jubarte, produzindo 100 mil barris por dia já a partir de 2009.

Inicialmente, esta unidade seria deslocada para produzir óleo em outra área próxima a Jubarte, no campo de Cachalote ou ainda no campo de Baleia Franca, que possuem dois poços abaixo da camada de sal, que na costa do Espírito Santo tem apenas 200 metros de profundidade ante os dois quilômetros do encontrado na Bacia de Santos. O FPSO Capixaba era subutilizado em Golfinho porque o reservatório não estava respondendo conforme previsto. Por conter óleo leve, até então raro no País, o projeto entrou na lista de prioridades da estatal em 2004, e recebeu a plataforma afretada para a produção de 100 mil barris por dia. A plataforma, que pertence à companhia holandesa SBM, deve ser enviada a um estaleiro em Cingapura para ser adaptada às condições do campo de Jubarte. Cachalote, por sua vez, deve começar a produzir ainda este ano, por meio de um projeto-piloto.

PARA GEÓLOGO
Próxima descoberta do pré-sal será na Bahia

Brasília. A possibilidade de encontrar petróleo sob a camada de sal na costa brasileira vai além da faixa apontada por alguns especialistas entre o Espírito Santo e Santa Catarina. Na opinião do presidente da Associação dos Geólogos de Petróleo, Marcio Mello, as chances de obter petróleo no pré-sal se estendem até Sergipe e Alagoas.

´Temos um campo de Carmópolis de 1 bilhão de barris no pré-sal em Sergipe. O pré-sal existe de Santa Catarina até Sergipe e Alagoas... A próxima descoberta do pré-sal muito em breve vai ser na bacia de Jequitinhonha, no sul da Bahia´, declarou Mello ontem em evento do jornal O Estado de São Paulo para discutir o pré-sal.

Entretanto, segundo ele, essa ampliação na extensão da área onde esses recursos podem ser obtidos não aumentaria as potenciais reservas de óleo e gás do País.

Fonte: Portal Verdes Mares (Fortaleza) - 26 SET 08

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