As 44 lojas do Magazine Luiza inauguradas simultaneamente ontem, na Grande São Paulo, atraíram a atenção dos paulistanos, tanto que, em algumas, a fila de clientes para entrar nas lojas dobrava o quarteirão. O interesse dos consumidores pela novidade e o apetite pelas compras lembravam as grandes liquidações de final de ano. A empresa não divulgou o volume de vendas, mas na filial de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, instalada próxima às concorrentes Casas Bahia, Ponto Frio e Lojas Marabraz, as peças de mostruário foram comercializadas antes do meio-dia. Com as inaugurações na região metropolitana de São Paulo, o Magazine Luiza passa a contar com 441 lojas, espalhadas por sete estados.
"O movimento superou as expectativas. O volume de clientes e compras foi muito bom. Não temos mais produtos disponíveis para pronta-entrega e o que for vendido daqui para a frente será recebido pelos clientes em sua casa, sem ônus algum", disse Maria Abadia Stefane, gerente da loja do bairro de Pinheiros.
De acordo com a gestora, depois do faturamento os pedidos são encaminhados ao centro de distribuição de Louveira (SP) - a 30 minutos da capital -, responsável pelo abastecimento das novas unidades paulistas. O empreendimento de 280 mil metros quadrados foi construído no final do ano passado e demandou investimentos na ordem de R$ 57 milhões. Foram disponibilizados 420 caminhões para atender a região.
A falta de produtos anunciados foi a queixa da aposentada Maria Teresa, que não conseguiu comprar um rádio portátil Gradiente anunciado no tablóide de ofertas. "A vendedora me disse que não havia mais aquele modelo disponível no estoque. Tive de comprar um da Britânia", contou. Também cliente das redes Marabraz, Casas Bahia, Extra e Carrefour, ela diz ter gostado das promoções, mas lamentou não ter a marca escolhida.
Mesmo sem atender a todos os consumidores, por falta de produtos disponíveis nas prateleiras, decorrente da forte demanda, a companhia está otimista com os resultados do primeiro dia de operação na região. "Prevemos um grande faturamento nesta primeira semana, porém, a proposta é um trabalho de resultados a longo prazo, e não imediatos, alcançando, assim, a consolidação de nossa marca junto ao público paulistano", ressaltou Frederico Trajano, diretor de Marketing e Vendas do Magazine Luiza. A superintendente da rede, Luiza Helena Trajano, completa: "O mercado paulista tem grande potencial a ser explorado. Nossa marca é o jeito de ser e vender".
Pela manhã, os clientes que entravam nas lojas eram recepcionados com suco de laranja, salgados e rosas. Na festa de abertura houve ainda distribuição de pipoca, algodão-doce e palhaços. De acordo com a gerente Maria Abadia, os produtos mais vendidos na loja de Pinheiros foram televisores com tela LDC, eletroportáteis, DVDs e móveis.
Concorrência
A chegada da terceira maior varejista do setor a São Paulo também aqueceu as vendas dos concorrentes. Segunda-feira costuma ser um dia de pouco movimento para o setor, dizem gerentes de loja ouvidos pelo DCI. Mas redes como Casas Bahia, Ponto Frio e Marabraz afirmaram que o fluxo de clientes e o volume de vendas aumentou se comparado a um início de semana tradicional.
A Casas Bahia, comandada pelo empresário Michael Klein, com 150 lojas na Grande São Paulo, anunciou, em resposta à nova concorrente no mercado mais concorrido do País, promoção com descontos de até 70% em itens como refrigeradores, microcomputadores, notebooks e fogões. Procurada pela reportagem, a empresa disse que não se pronunciaria sobre o assunto.
Ao que parece, a estratégia deu certo. O volume de TVs com tela LCD vendido em um ponto-de-venda próximo ao Magazine foi 70% maior em relação ao da semana passada, segundo a vendedora Maria do Socorro Ferreira. Em outra loja, também na mesma rua, outra funcionária disse que chegaram geladeiras frost-free da Electrolux com valor R$ 500 mais baixo em relação às vendidas anteriormente. As lojas da Casas Bahia também estavam decoradas para atrair o cliente.
O subgerente do Ponto Frio, Márcio Ramos, informou que "as vendas aumentaram 10% e que a política é cobrir as ofertas das redes concorrentes".
Na Lojas Marabraz, as vendas foram 30% maiores e o fluxo de clientes cresceu 15%, segundo Gilmar Melo, supervisor da loja.
Fonte: DCI - 23 SET 08