Sexta, 31 Janeiro 2025

A alta das vendas de aços longos no Brasil tem estimulado as siderúrgicas que atuam neste segmento de mercado a realizar investimentos para ampliar a produção. Ontem a ArcelorMittal informou que vai aplicar US$ 1,6 bilhão para aumentar a capacidade de produção de aços longos no Brasil em 65%, para 6,5 milhões de toneladas. "Esse aumento na capacidade de produção, particularmente na produção de fio-máquina, vergalhões e barras, assim como de perfis médios e pesados, reconhece o importante potencial de crescimento do mercado doméstico e nosso comprometimento de investir no Brasil", afirmou em comunicado Gonzalo Urquijo, membro do conselho de administração da ArcelorMittal e responsável pelo segmento de produtos longos.
O anúncio ocorreu um dia depois de o grupo Gerdau informar que está estudando a instalação de uma usina para produzir até 1 milhão de toneladas de vergalhão em Pernambuco e que vai aplicar US$$ 277 milhões na ampliação da capacidade da Açominas em 500 mil toneladas, dentre outros projetos já em andamento.
Somente no primeiro semestre deste ano, as vendas de aços longos cresceram 27% na comparação com igual período do ano passado, antecipou na quarta-feira o presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter. O dado oficial será divulgado semana que vem pelo Instituto Brasileiro Siderurgia (IBS). Segundo o instituto, de janeiro a maio, levantamento mais recente disponível, as vendas internas de laminados longos subiu 26,5% ante igual período de 2007, para 3,73 milhões de toneladas. Já as vendas de produtos semi-acabados longos, como blocos e tarugos, aumentaram 25,7%, para 153,5 mil toneladas. Como a produção cresceu em ritmo menor - 13,6% no caso dos laminados e leve queda, de 0,2%, nos semi-acabados - as exportações de laminados longos caíram 12,3%, para 690,7 mil toneladas, enquanto as vendas externas de blocos e tarugos foram reduzidas em 18,5%, para 569,6 mil toneladas.
Normalmente as usinas siderúrgicas trabalham capacidade ociosa abaixo de 10%, mas Johannpeter disse que algumas das unidades do grupo já operam na capacidade nominal, o que torna a necessidade de investimentos em ampliação ainda mais urgentes.
O presidente mundial da ArcelorMittal, Lakshmi Mittal, já havia anunciado, no final do ano passado, investimentos de US$ 5 bilhões no País até 2012. Deste total, US$ 1,2 bilhão já estavam previstos para a duplicação da capacidade de produção da unidade de João Monlevade (MG) para 2,4 milhões toneladas de aços longos, projeto que esteve em estudo tempos antes, foi retomado e agora, com as obras em andamento, tem a previsão de começar a operar até o final de 2010. Agora a empresa anunciou o destino de mais uma parcela do montante informado pelo bilionário indiano.
Conforme comunicado divulgado pela sede da ArcelorMittal, em Luxemburgo, os recursos serão aplicados na construção de dois novos alto-fornos, com capacidade total de 400 mil toneladas, em um forno elétrico, com capacidade de 1,2 milhão de toneladas e na ampliação de um forno existente. Além disso, serão instalados três laminadores, com capacidade total de 1,67 milhão de toneladas, para produzir barras especiais para a indústria automobilística, vergalhões e perfis médios e pesados, ambos usados na construção civil e na indústria automotiva.
Todas as instalações deverão ser concluídas em até 30 meses, informou a empresa. A localização de cada uma das novas linhas não foi divulgada. "Os locais de implantação destes investimentos serão anunciados tão logo sejam concluídos os estudos de viabilidade que já se encontram em andamento", informou a ArcelorMittal. Dentre as unidades da companhia no Brasil que podem receber o investimento estão a unidade de João Monlevade, além de Cariacica (ES), Piracicaba (SP) e Juiz de Fora (MG). A ampliação da unidade de Itaúna (BA) neste momento não está sendo cogitada. Também foram excluídas desse investimento as trefilarias, localizadas em Sabará (MG) e São Paulo.
Atualmente a ArcelorMittal Aços Longos, controlada da ArcelorMittal Brasil que administra as operações de aços longos no Brasil, na Costa Rica, em Trinidad Tobago e na Argentina, produz 6,5 milhões de toneladas. Com a expansão, a produção da controlada atingirá 9,1 milhões de toneladas até 2011. Além disso, a ArcelorMittal Brasil produz no País mais 7,5 milhões de aços planos, totalizando 14 milhões de toneladas. O grupo também controla a ArcelorMittal Inox Brasil (ex-Acesita).

Fonte: Gazeta Mercantil - 08 AGO 08

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