Sábado, 01 Fevereiro 2025
A convenção municipal do PSB de Santos oficializou a candidatura da ex-deputada Mariângela Duarte à Prefeitura. Foi aprovada também uma coligação com o DEM, antigo PFL. Os democratas podem indicar o vice de Mariângela. O nome mais comentado é o de Vicente Leme do Prado Cascione, filho do ex-deputado Vicente Cascione (PTB) e irmão do presidente do DEM de Santos, Luciano Cascione.

 

O que isso tem a ver com o Porto? Provavelmente é essa a pergunta que você que acompanha o PortoGente deve estar se fazendo. A resposta é: tudo.

 

Na negociação dessa coligação, o DEM pediu ao PSB, partido do ministro-chefe da Secretaria Especial dos Portos, Pedro Brito, a diretoria de Infra-Estrutura e Serviços da Codesp, hoje ocupada por Paulino Moreira Vicente.

 

Na diretoria anterior esse cargo era ocupado, por indicação do ex-deputado federal Vicente Cascione (PTB), por Arnaldo Barreto.

 

Barreto tinha os seguintes companheiros de diretoria:

 

·              Mauro Marques, indicação de Paulo Frateschi, espécie de eminência parda do PT paulista.

·              Fabrizio Pierdomênico, indicado pela ex-deputada federal Telma de Souza (PT).

·              José Carlos do Mello Rego. O presidente da Codesp, fazia parte da cota de cargos do deputado federal Valdemar da Costa Neto (PR, antigo PL), o Boy. Mesmo tendo renunciado ao mandato logo no início do escândalo do mensalão, o Boy conseguiu conservar Mello Rego no cargo. O deputado conhece bem a Codesp. Ele mesmo já foi diretor da estatal. 

 

O loteamento político da diretoria da Codesp não começou no primeiro governo Lula. É prática antiga. Nos mandatos de FHC, por exemplo, a Codesp ficou sob a esfera de influência do então poderoso deputado Michel Temer, presidente do PMDB. Marcelo de Azeredo era o presidente. Marca inesquecível desse período foi um processo de pensão judicial movido contra Azeredo por uma ex-namorada.

 

As provas dos rendimentos, digamos assim extra-curriculares, do presidente que a moça anexou ao processo provocaram um terremoto que varreu, na época, uma região que ia da Avenida Rodrigues Alves, em Santos, até os gabinetes mais altos do Congresso, em Brasília.       

 

A novidade da diretoria que comandou o Porto no primeiro mandato do presidente Lula foi o esquartejamento entre quatro políticos. Cada diretor respondia diretamente a um padrinho, o que provocou uma quase paralisia na Codesp. Esse loteamento foi muito criticado e uma das propostas da Secretaria dos Portos foi justamente a de extinguir essa prática e nomear diretores com perfil técnico.

 

É difícil de acreditar que apenas um ano depois, o ministro Pedro Brito e o PSB esqueçam disso tudo e embarquem na mesma canoa furada que engessou a Codesp no passado recente.

 

Mas de que esse risco existe, você pode ter certeza. Ele existe.

 

Fonte: PortoGente - 17 JUN 08

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