Sábado, 21 Junho 2025
 

O anúncio da realização de estudos sobre a ampliação Barnabé-Bagres, que duplicará o maior porto do país, foi diferente: escondido. De tudo e de todos. O ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, chegou a Santos na sexta-feira (18) sem qualquer aviso prévio, para anunciar a autorização dada à arrendatária Santos-Brasil. Pegou de surpresa a comunidade portuária que, até agora, não teve acesso ao termo assinado.

Na torcida

A Codesp - Autoridade Portuária do Porto de Santos - deu recibo de sua improdutividade por não estar, ela mesma, à frente desses estudos. Passaram a bola para a iniciativa privada. E a Autoridade Portuária, pelo visto, ficará na arquibancada.

Trocando de mesa

Uma coisa é elogiável nessa iniciativa sobre Barnabé-Bagres: a Secretaria Especial de Portos tirou o assunto das mesas dos bares e o levou para a prancheta. Mas nem de longe minimiza a "tragédia grega" de uma Autoridade Portuária que não teve autoridade para ter tirado a duplicação do Porto de Santos do papel.

Só o começo

Mas essa história não vai parar por aí. Setores da sociedade local, como as prefeituras de Santos e Guarujá, entre outros, não gostaram nada de terem sido preteridos nas tratativas. E prometem ir para cima. A Codesp, que não estava confortável antes (por causa da inércia), está pior agora depois do anúncio dos estudos da ampliação Barnabé-Bagres. Muito terá, ainda, que ser explicado.

Nepotismo

Na diretoria ‘técnica’ da Codesp, figurões engrossam os ganhos familiares empregando, na empresa, parentes com generosos salários. Moreira da Silva, diretor de infra-estrutura, empregou a enteada e agora está admitindo a sobrinha.

Mordomias

No Porto de Santos acontece uma edição camuflada do uso indevido dos cartões corporativos. São as abusivas diárias de viagens e o uso freqüente de carros da empresa como condução particular de diretores e assessores à São Paulo (60Km) e uso de  motoristas nos fins-de-semana, objeto de ação popular.

Assoprando

Já virou anedota portuária o despreparo do diretor comercial da Autoridade de Santos, Carlos Helmut, para responder às perguntas que lhe são formuladas por clientes do porto. Sempre cercado de assessores, recorre à cola todo o tempo nas reuniões.

Esperando as dragas

A comunidade portuária aguarda ansiosamente pela dragagem dos portos do Brasil. A falta de profundidade nos portos tem prejudicado a competitividade dos produtos brasileiros.

Bafafá

A escolha de Petrúcio Bandeira para o comando do Porto de Maceió, por indicação da ex-prefeita Kátia Born, cutucou com vara curta a bancada federal alagoana.  E o deputado Augusto Faria mandou o recado: "A partir de agora, quando o governo federal precisar de votos para aprovar seus projetos, vá procurar a Kátia, porque nós não iremos votar com ele".

Altruísmo x percentual

O chamado “homem de Brito”, o presidente da Docas do Espírito Santo, Angelo Baptista, mesmo com salário atual inferior ao do emprego que deixou para dirigir a estatal, diz-se satisfeito por contribuir com o país. Já na Docas de São Paulo, consta da pauta da assembléia de acionistas desta sexta (25) discussão sobre a remuneração dos dirigentes. Especula-se em mais de 50% o percentual de reajuste proposto.

Questão filosófica

O diretor-presidente da Companhia Docas do Pará (CDP), Clythio Buggenhout manifestou-se contrário à flexibilização para abertura de portos privativos. Acha que abrir o porto como um investimento privado contraria a filosofia da logística nacional (leia entrevista exclusiva).

Aniversário

Aliás, no dia 25 de abril fará 2 anos que foram presos dois ex-presidentes da CDP, o ex-senador Ademir Andrade e seu substituto no comando dos portos paraenses, Erickson Rodrigues. Claro logo em seguida foram soltos e ainda estão.

Jeitosa

A superintendente do Porto Municipal de Itajaí, Eliane Adriano, que integrou comitiva do presidente Lula e ministro da SEP Pedro Brito em viagem para a Holanda, com jeitinho, conseguiu desvincular a liberação de recursos para dragagem de Itajaí da do porto de São Francisco do Sul.

Caso encerrado

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), negou a existência de pendências jurídicas para a retomada das obras do Porto de Luís Correia. O senador Heráclito Fortes (DEM) havia acusado o ministro Pedro Brito, de ser “irresponsável e inconseqüente” ao anunciar a liberação de recursos para a obra, já que, segundo ele, a obra continha pendências jurídicas com a empresa cearense Inace, que tinha o direito de explorar o porto.

Portos fechados

O Brasil ocupa 5,7% dos 148 milhões de quilômetros quadrados da superfície terrestre global e sua população está em 2,9% dos 6,5 bilhões de seres humanos que vivem hoje no planeta. No entanto, a participação brasileira no comércio mundial representa apenas 1,2% das trocas, em valor. A “abertura dos portos” ainda não aconteceu.

Cadê o plano?

Se por um lado esse baixo percentual revela um país semi-fechado às trocas internacionais, os números apresentam um enorme potencial para crescimento, com espaço para elevados investimentos em infra-estrutura de transportes (ferrovias, rodovias, hidrovias e portos). Mas nada pode acontecer sem que haja planejamento, função eminentemente governamental.

Nova ordem

O contínuo aumento dos preços dos alimentos ao redor do mundo tem provocado um debate global em torno do futuro das relações comerciais internacionais e da eficácia de modelos e técnicas de produção vigentes. É consenso que haverá um rearranjo das forças econômicas, mas ainda não está clara qual a extensão das mudanças nem o que mais advirá no processo.

Efeito cascata

Países em desenvolvimento, que enfrentam altas taxas de inflação e distúrbios sociais, tentam impedir a continuidade da alta dos preços dos alimentos por meio da redução da exportação de commodities. A crise global alimentar se intensificou com as proibições das exportações de trigo do Cazaquistão, o quinto maior vendedor do mundo, e as do arroz na Indonésia, que fez os preços do grão alcançaram novo recorde. Outros países exportadores de alimentos, como Vietnã, Egito, China, Camboja e Índia já paralisaram as vendas.

Exportação aliviada

Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu contra a tributação do serviço de transporte de cargas destinadas ao exterior: não incide ICMS (imposto estadual sobre circulação de mercadorias) sobre o serviço de transporte interno de mercadorias a serem exportadas. Se vingar como jurisprudência haverá 17% de redução nos custos de transporte de algumas que ainda eram tributadas por governos estaduais.

Fonte: PortoGente- 22 ABR 08

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