Quinta, 06 de março de 2025

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) vai entrar hoje com um mandado de segurança pedindo liminar para garantir o desembaraço aduaneiro de importações e exportações no Porto de Itajaí durante a greve dos auditores fiscais da Receita Federal. O pedido é coletivo e beneficia todas as empresas vinculadas à Fiesc. A Federação acompanhou os desdobramentos da greve desde que foi iniciada, no dia 18 de março, e verificou que ela está trazendo graves prejuízos à indústria catarinense. Nos últimos dias a situação ficou insustentável, com volumes cada vez maiores de mercadorias acumuladas no Porto de Itajaí, o que levou a Federação a entrar com a ação coletiva.

Para o presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa, o movimento de greve é legítimo. "Mas é também legítimo e garantido pela Constituição o direito das empresas brasileiras a plenas condições de desenvolvimento econômico. Por isso se faz necessário o mandado de segurança, para garantir às indústrias o fornecimento de insumos importados e o atendimento aos seus clientes no exterior", afirmou.

No Sul do Estado, dois dos principais setores que possuem parte das vendas atreladas à exportação, ainda não sentiram o impacto da paralisação. "Por ora ainda não nos prejudicou. Mas imagina se a Polícia Rodoviária Federal entrar em greve, ninguém mais vai poder trafegar pelas rodovias federais? Nós não podemos ser afetados, esse é um problema que não nos compete. Essa atitude da Fiesc é muito válida", comenta o diretor-presidente da Agrovêneto, Sinésio Volpato. Diariamente a empresa escoa para o mercado Europeu e Asiático oito contêineres de frango. "Não nos atingiu ainda, mas um dia sem poder enviar as mercadorias equivale a quase R$ 800 mil que deixam de ser vendidos", salienta Volpato.

Outro segmento que teme as conseqüências da greve dos fiscais federais é o cerâmico. A principal preocupação, conforme o vice-presidente do Sindiceram, Luiz Alexandre Zugno, é quanto aos prazos de entrega. Mais de 80% da exportação das cerâmicas catarinenses são feitas pelo Porto de Itajaí. "Isso representaria a perda de vendas futuras. O prazo de entrega é muito importante. Com o atraso, o cliente não vende lá e não compra mais. Pode até acontecer o cancelamento da venda", destaca Zugno.

Influenciadas pela queda do dólar, desde 2007, as empresas reduziram em até 25% as exportações e concentram as atenções no mercado interno, estimulado pelo crescimento de 7% da construção civil. "O mercado internacional é importante para a indústria se manter trabalhando. Pelo menos 20% do volume de produção do setor está no mercado externo", acrescenta Zugno.

Fonte: Jornal A Tribuna de Criciúma -  10 ABR 08

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