28 de fevereiro de 1991. Santos pára em defesa do emprego no Porto de Santos. Portuários, comércio, transporte, escola, metalúrgicos e outras categorias “fecharam” a cidade do porto vermelho. Montava-se a trincheira para o retorno de 5.372 portuários demitidos, por telegrama, pelo governo Collor de Mello. A Prefeitura de Santos, ou melhor, a prefeita da época, a petista Telma de Souza, teve papel fundamental nesse processo. Ela não ficou do lado do governo Collor, ela ficou do lado dos trabalhadores.
Telma de Souza, que se mostrou bem à vontade na assembléia dos portuários e fez um dos discursos mais emocionantes da noite, provocou a diretoria da Codesp: “Nós já estamos aqui há muito tempo. Conhecemos o nosso porto. Se existem erros, então nós vamos consertá-los”.
Telma disse que se sentia tranqüila ao indagar uma diretoria que foi indicada por um dos partidos aliados do governo Lula, o PSB. “Quando a diretoria da Codesp tinha indicação do PT, nós também cobrávamos os erros”. O mesmo, segundo a ex-prefeita de Santos, deveria ser feito agora com o PSB, que indicou 100% a atual diretoria da Codesp.
Os portuários de Santos, na assembléia do dia 15 último, perceberam que não estão sozinhos nessa luta. Além de Telma de Souza, que se colocou à disposição nessa marcha para a readmissão dos funcionários de carreira da Codesp, também fez um discurso enfático de apoio aos portuários o deputado estadual do PSDB paulista, Paulo Alexandre Barbosa: “vamos reverter essa situação. Não podemos aceitar que a Codesp brinque dessa forma com a família dos trabalhadores”.
Já os sindicalistas Everandy Cirino dos Santos, presidente do Sindaport, e Newton Güenaga Filho, presidente da delegacia sindical do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, na Baixada Santista, destacaram que nos dois encontros que mantiveram com a diretoria da Codesp, na última semana, a impressão foi a pior possível. Para eles, a diretoria tem se pautado pela arrogância e o distanciamento do diálogo e da interlocução franca e transparente. “Essa diretoria vem menosprezando a categoria portuária”, criticou Cirino, para quem os portuários não podem abaixar a cabeça sob pena de verem seus direitos ainda mais desrespeitados, “senão eles vão montar nas nossas costas”.
Também estiveram presentes à assembléia do dia 15 de fevereiro, no Sindaport, os vereadores José Antonio Marques Almeida (Jama), Benedito Furtado, Marcelo Del Bosco Amaral; e os sindicalistas Heraldo Gomes de Andrade, do Movimento União Brasil Caminhoneiro, e Uriel Villas Boas, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista e da Corrente Sindical Classista (CSC).
Fonte: PortoGente - 19 FEV 08
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Portuários de Santos não estão sozinhos
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