“Entendemos que essa é uma avaliação que cabe ao governo brasileiro. A praticagem é uma atividade de interesse público que compõe a estrutura de segurança da navegação. Isso é um fato. Em todas as nações marítimas, é uma atividade controlada pelo Estado, assim creio que a autoridade marítima brasileira, constitucionalmente a responsável pelo assunto, é quem pode opinar a respeito”, disse ao PortoGente.
Quando questionado sobre o posicionamento da Marinha do Brasil, que divulgou à reportagem da revista Portos e Navios na semana passada que é inválida a constituição de uma relação de trabalho entre um prático e uma Companhia Docas, o presidente da Conapra preferiu contemporizar e deixar a decisão nas mãos da autoridade marítima brasileira. “Nós, práticos, somos subordinados à autoridade marítima e cumpriremos a legislação e as normas por ela estabelecidas”.
Polêmicas à parte, Cardoso Filho fez um balanço do ano que passou e prevê dias ainda melhores para o setor da praticagem em todo o Brasil. O ano de 2007, em sua opinião, foi muito bom para os práticos, que viram a quantidade de trabalho aumentar nos portos do Brasil, por causa do crescimento do comércio marítimo, e o número de acidentes se manter baixo, fator essencial para oferecer um serviço de qualidade para navios nacionais e estrangeiros.
“Em 2008, novos portos e terminais estão surgindo e outros continuam se ampliando. Por isso, já foram selecionados 45 novos práticos para a Bacia Amazônica no ano de 2007 e há previsão de realização de processo seletivo para outras zonas ao longo de 2008”.
Augusto Moniz de Aragão Junior, que é presidente da Paranaguá Pilots, responsável pela praticagem dos portos de Paranaguá e Antonina, também conversou com a nossa reportagem na última semana. E assim como o presidente da Conapra, ele preferiu deixar para a Marinha do Brasil a responsabilidade de decidir sobre o futuro dos práticos. “A gente sabe que em todo o mundo, quem manda na praticagem é o Estado, justamente por essa ser uma atividade que envolve o interesse público e a eficiência dos portos do País”.
A reportagem entrou em contato com a Marinha do Brasil para saber mais a respeito do posicionamento da autoridade marítima do País sobre a polêmica dos práticos, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Fonte: PortoGente - 29 JAN 08