Nos últimos três anos, o presidente da Comissão Nacional de Segurança nos Portos e Vias Navegáveis (Conportos), João Carlos Campos, já respondeu diversas vezes sobre o atraso na implantação do ISPS Code nos portos brasileiros. Entretanto, agora a sua paciência parece estar próxima do fim. E há motivos mais que suficientes para isso, pois importantes portos públicos do Brasil, como Santos, Maceió e Vitória ainda não conseguiram adequar-se às regras do Código Internacional de Segurança de Navios e Instalações Portuárias, por mais que recebam verbas, visitas de técnicos e ultimatos de Brasília, antes por parte do Ministério do Transportes e, atualmente, da Secretaria Especial de Portos (SEP).
O presidente da Conportos confirmou ao PortoGente que manteve conversas com o ministro da SEP, Pedro Brito, ao longo de 2007, para que finalmente surja uma solução final ao impasse dessa novela que nunca chega ao seu capítulo final. Em sua avaliação, a implantação do ISPS Code é positiva, se for levado em conta que há quatro anos sequer havia tamanha preocupação com a segurança nos portos brasileiros. O problema está mesmo localizado nos portos públicos, onde os processos atrasaram de tal forma que muitos desacreditam até mesmo no Código de Segurança.
“Nossa idéia é finalizar isso tudo logo no começo do ano para podermos avançar rumo à segunda etapa do projeto, que prevê a reciclagem da mão-de-obra que irá lidar com tantos equipamentos novos. Para que os atrasos cheguem ao fim, está agendada uma reunião com a SEP em fevereiro. Na ocasião, faremos um balanço geral e detalhado, analisando as pendências de cada porto público. Contamos com o esforço da equipe de Pedro Brito, que já ajudou a agilizar o processo em Rio Grande (RS) e Rio de Janeiro”.
“Em 2005 vimos que os portos públicos iriam atrasar demais a implantação do Código de Segurança. Aí, os presidentes de Companhias Docas foram chamados até Brasília para explicar as dificuldades ao comando da pasta superior a nossa, que é o Ministério da Justiça. Na época, os presidentes alegaram problemas com licitação, demora para compra de equipamentos, falta de manutenção das máquinas já compradas, enfim, problemas de gestão. Por isso que, agora, em meu entender, Pedro Brito colocou novos nomes nas Docas. O atraso tornou-se exacerbado e nada mais o justifica. Os argumentos de 2005 não podem ser os mesmos de 2008”.
“Sabemos que em Santos o porto é enorme e isso traz várias situações peculiares. Mas dava para estar melhor que hoje, pois há tempos os gates [portões de acesso] estão construídos e em vários pontos os guardas portuários não os ocupam. Alertamos a Codesp sobre isso, mas nossa sugestão não foi acolhida pela diretoria passada. Agora, eu já passei o recado. Não adianta nos chamar para a vistoria final se nada está pronto. Uma equipe de Brasília não será deslocada para não resolver nada. Só em Santos, pela complexidade da coisa, iremos fazer uma visita preliminar antes da definitiva. São 13 quilômetros de extensão, o cais é enorme”.
Em outros portos, a equipe do Conportos só desembarcará quando tudo estiver finalizado e o porto apto a receber a Declaração de Cumprimento (DC), documento final que garante a segurança do complexo para operações comerciais. As prioridades, além de Santos, são os portos de Itaguaí, Recife, Maceió e Vitória. João Carlos Campos explica os motivos.
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Conportos irritada com atrasos na adequação ao ISPS Code
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