Segunda, 03 Fevereiro 2025

BRASÍLIA – Depois da derrota no Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criará por decreto o Ministério de Assuntos Estratégicos para abrigar o filósofo Roberto Mangabeira Unger. Indicado pelo PRB, Unger ficou sem pasta na quarta-feira (26), quando o plenário da Casa rejeitou a medida provisória (MP) que criava a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo da Presidência da República – ocupada por ele desde junho – e mais 660 cargos comissionados. O revés ocorreu após rebelião da bancada do PMDB no Senado por vagas no governo.

Com a pasta instituída sob medida para acomodar Unger, a gestão Lula ficará com 37 ministérios. A conta inclui também as secretarias especiais com a mesma condição. De qualquer forma, o filósofo não terá à disposição, ao menos por enquanto, os 79 cargos previstos na MP que foi rejeitada. A nova pasta terá a estrutura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência.

O presidente anunciou a solução do impasse em reunião reservada com ministros que compõem a coordenação política da administração federal, no Palácio do Planalto. Mas, como o Poder Executivo ainda não conseguiu resolver o imbróglio relativo à criação dos cargos, funcionários públicos de outras pastas serão remanejados para ajudar Unger a pensar o Brasil de 2022 – objetivo inicial da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo da Presidência. Não se sabe, porém, quais repartições serão escaladas para emprestar funcionários públicos.

COM OS LÍDERES

Na reunião do Conselho Político do governo, ontem, os líderes da base aliada – incluindo peemedebistas – ouvirem mais um discurso otimista do presidente Lula e não abriram a boca para cobrar mais espaços no governo. Diante do silêncio, foi o próprio presidente quem tocou no assunto, afirmando não entender por que o PMDB deu uma rasteira no governo e derrubou, na semana passada, a medida provisória que criava a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo.

Mas Lula, conciliador, disse não guardar mágoas ou ressentimentos dos senadores peemedebistas, que lideraram a derrota do governo. “Na minha mesa não tem nenhuma reivindicação do PMDB do Senado”, disse Lula, que cobrou a aprovação da prorrogação da CPMF na Câmara e depois no Senado.

O líder do PMDB no Senado, Waldir Raupp (RO), apressou-se em explicar que, ao derrubar a MP, o problema não foi a insatisfação com as nomeações, mas o desconhecimento da proposta. Ele disse que Mangabeira não se dignou a ir ao Congresso explicar o seu trabalho.

Apenas depois de encerrado o encontro, quando todos já se dirigiam para o elevador e o presidente estava em seu gabinete, o líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR), tratou de cargos com o líder do governo, deputado José Múcio (PTB-PE). Castro tem dito que não conseguirá manter 100% dos votos do PR a favor da CPMF se as nomeações não forem resolvidas.

À noite, em jantar no Palácio da Alvorada, os líderes na Câmara teriam nova oportunidade de conversar com Lula. Mas o encontro começaria mais tarde porque os deputados votaram até às 20h uma das cinco MPs que trancam a pauta nesta semana.

Fonte: Jornal do Commercio - 03 OUT 07

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