Segunda, 03 Fevereiro 2025
“Ele era um estivador modesto e simples.

Cativava as pessoas logo no primeiro contato...

Uma de suas grandes qualidades era a

franqueza, aliada à coragem e à decisão

de luta pelos interesses dos seus companheiros de luta”

(Voz Operária, 2 de setembro de 1950, sobre Pedro Godói,

morto em ato contra a vinda do presidente Dutra a Santos) 

 

Em busca do livro “Porto Vermelho” de Ingrid Sarti, encontrei outro porto vermelho, o de Rodrigo Rodrigues Tavares, "O Porto Vermelho: a maré revolucionária (1930-1935)". Editado pela Imprensa Oficial do Estado, em 2001, o livro é um pesquisa do então bolsista de Iniciação Científica da Fapesp em cima do acervo da polícia política de São Paulo, o Departamento de Ordem Política e Social (Deops).

 

No prefácio do professor Edgard Carone, ele explicita o foco do trabalho de Rodrigues Tavares, a inserção do PCB (Partido Comunista do Brasil) nas várias entidades e organizações operárias do estado. E Santos, mais precisamente o Porto de Santos, estará na rota dos comunistas.

 

O período de pesquisa de Rodrigues Tavares se dá depois da revolução de 1917 na Rússia, depois da fundação do PCB, em 1922. O papel e a função dos trabalhadores serão mais politizados e com uma perspectiva de mudança, revolucionária.

 

Ele avalia que nesse contexto mais politizado dos trabalhadores, os portuários de Santos adquiriram enorme importância para o PCB. “Segundo a tradição marxista, a presença de milhares de operários em um espaço reduzido e a serviço de uma única grande empresa seria um terreno fértil para a consciência de classe”.

 

Rodrigues Tavares faz o seu estudo para, como ele mesmo diz na introdução do livro, “dissociar história e memória através do estudo do mito da cidade vermelha ou moscouzinha”. Nesse sentido, ele vai trabalhar com a visão romântica sobre a história dos portuários de Santos a partir do livro de Jorge Amado (Subterrâneos da Liberdade) e depois investigará o “quando, como e porquê surgiu esse mito no período de 1930-1945”.

 

O livro ainda traz um inventário dos prontuários de vários trabalhadores de Santos, muitos deles estivadores e portuários, uma relação de greves realizadas entre o período de 1930 e 1935, por categoria e duração do movimento, além de reprodução de fotografias da época e de panfletos distribuídos no porto durante a década de 1930.

 

Para quem gosta de conhecer a história do nosso porto e seus trabalhadores deve correr a uma livraria e adquirir um exemplar do livro “O Porto Vermelho: a maré revolucionária (1930-1945)”, que custa apenas R$ 17,00.

 

Fonte: PortoGente - 02 OUT 07

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