Segunda, 03 Fevereiro 2025
O reconhecimento do Brasil como um novo centro provedor de sistemas tecnológicos e de fontes alternativas de combustíveis tem sido benéfico para empresas logísticas interessadas no aprimoramento de sua frota. De olho em desenvolver a competitividade em um cenário de contínua demanda, transportadoras rodoviárias têm investido na aquisição de novas ferramentas de tecnologia que lhes garantam maior eficácia operacional.

A DM Transporte e Logística Internacional chega a aplicar até 8% do faturamento na manutenção da frota. A grande inovação da empresa, desenvolvida no ano passado, foi o teste da utilização de biodiesel em seus veículos.

"Como alguns postos estão usando o B2, queríamos ver como o caminhão se comportaria com maior uso de biodiesel. Talvez em cinco anos haja oferta no mercado do B20, mas, por enquanto, estamos apenas em fase de testes", adianta José Leonardo Reichelt, gerente de Manutenção da empresa.

Segundo o executivo, os 250 caminhões da frota gastam em média 700 mil litros ao mês de óleo diesel. "Além de reduzir a emissão de gases, o biodiesel, depois de aculturado na produção, deve ter uma redução significativa no valor, já que hoje é mais caro que o óleo diesel. No futuro, seu preço pode ser 60% menor que o do diesel", estima o gerente.

Atualmente, a DM está desenvolvendo projetos piloto de ferramentas voltadas à otimização da frota e ao controle da carga transportada. Com o rastreamento on- line incorporado ao funcionamento do grupo há dois anos, os próximos passos, já em desenvolvimento, serão implementar a telemetria e um sistema de monitoramento da utilização dos pneus.

"Uma empresa desenvolveu um chip para monitorar os pneus, que nos dá informações como sua pressão e temperatura. É uma ferramenta importante, já que o pneu tem um dos maiores custos, perdendo apenas para combustível e manutenção. Poderemos saber qual a melhor configuração para seu uso e constatar problemas em vias por onde transitam", pontua Reichelt. Ainda em fase de testes, o sistema pode ser agregado à frota este ano.

O processo de telemetria - transferência de informações entre equipamentos para monitoramento, medição e controle, com utilização de redes - está em desenvolvimento e deve ser implementado, ainda em formato teste, no inicio de 2008.

Como a DM já investiu R$ 16 milhões na renovação de frota em 2006, Reichelt acredita que, com a implementação das novas ferramentas, haverá melhor aproveitamento dos veículos. "Devemos ter um aumento aproximado de 25% na utilização da frota, já que os sistemas podem agilizar o transit time", diz o executivo. Neste ano, a DM prevê faturar US$ 37,3 milhões (ou R$ 74 milhões), o que representa um acréscimo de 19% em relação a 2006.

A Ryder Logística do Brasil deve colocar em operação uma ferramenta conhecida como Business Intelligence em janeiro de 2008, que visa à disponibilização, em tempo real e via Internet, dos processos de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoração de informações. Com a tecnologia, os clientes poderão interagir e programar melhor a parte de armazenagem e produção dos insumos, com maior probabilidade de obter redução nos custos.

"Num ambiente de logística, temos uma plataforma de armazenagem que geralmente é interligada com o sistema de gerenciamento de transporte. Ordena a frota, dispara ordens para os serviços de coleta e viagem. Ao desenvolver uma interface entre TMS [Transportation Management System] e GPS [Global Positioning System], incorporamos duas coisas que dão maior flexibilidade e segurança aos processos", avalia Antônio Wrobleski, presidente da Ryder.

Com as ferramentas, Wrobleski conta que os clientes da Ryder não apenas sabem onde está a carga, como podem planejar a entrada da linha de produção e qual a janela de tempo que podem obter. Sem revelar os investimentos dirigidos à área tecnológica, Wrobleski conta que cada aparelho GPS gera um custo de R$ 600 à Ryder, que é proprietária de 10 mil unidades. Há 12 anos no Brasil, a Ryder mantém um centro de tecnologia no País que, de acordo com o executivo, está sendo observado como "ponto de concentração de tecnologia".

Integração logística

A Exata Logística está desenvolvendo o Logistic Management System (LMS), programa que agrega todos os sistemas utilizados na gestão da cadeia logística. "Temos os sistemas tradicionais de WMS [software que faz o gerenciamento de armazéns ou centros de distribuição] e de TMS.A mais nova ferramenta agregada é o OMS [Other Management System], que permite ao cliente inserir o pedido diretamente no sistema, fazer a validação do estoque e o rastreamento do pedido até a entrega final, tudo numa mesma plataforma", conta Carlos Tanaka, diretor técnico da empresa.

Com um faturamento de R$ 41 milhões em 2006, a Exata, que atua no desenvolvimento e gerenciamento da cadeia de suprimentos de seus clientes, destina R$ 1 milhão por ano ao setor tecnológico. Pertencente ao Grupo Arex - controlador da Expresso Araçatuba e da Golden Cargo -, a Exata acaba de reformular o sistema OMS.

"Agora, todas as formas de pagamento são contempladas. A área de telemarketing de um cliente pode colocar o pedido e depois fazer a validação financeira, controle de fraude e emissão de boleto bancário. O sistema ficou integrado à operação de armazenagem e transporte, o que nos gerou velocidade e agilidade nas operações", pondera Tanaka.

Fonte: DCI - 04 SET 07
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